Junto com as oportunidades chegam também os desafios, que vão desde aspectos burocráticos até a presença na loja. O consultor da Evarejo relembra os principais percalços encontrados por clientes ao agregarem produtos locais a suas lojas.

“Muitos desses itens que eram comercializados somente em determinada região não tinham registro. Como eram produtos do bairro, não havia preocupação com cadastro e necessidade de controle de qualidade ou padronização. Então a gente pensa: será que esse produto local vai conseguir atender a demanda garantindo qualidade, quantidade necessária e processo de produção adequado?”, avalia.

Além do fator ruptura, outros aspectos também podem ser uma pedra no sapato do varejista, como a precificação. “O grande e médio varejista ainda tem um olhar muito comercial para cada produto dentro da loja. Ele está preocupado com a margem, com verbas, e eu acredito que ele não trataria diferente os produtos locais”, analisa Ederson.

Para João Marcio Castro, da rede Princesa Supermercados , há também limitações em marketing. “Nem sempre temos o mesmo nível de investimento dos nacionais. Não é questão de verba, mas, sim, do poder de alavancar a marca, seja por marketing ou trade”, explica.

Fique atento a esses aspectos

• Capacidade de produção
• Qualidade dos produtos
• Tributação
• Precificação

Identifique nas gôndolas as marcas e fornecedores locais. Se possível divulgue sua história, pois isso valoriza o produto regional e cria conexões

Como encontrar marcas locais e legais

É possível descobrir produtos de fabricação local. A Local.e conta com diversas formas: visitando a concorrência, a partir da recomendação de clientes e até recebendo o contato da própria marca. Mas é possível também otimizar a busca e encontrar novas opções com apenas alguns cliques. Essa é justamente a proposta da Local.e: facilitar a jornada da marca local ao varejo.

“Desenvolvemos um ecossistema para que as marcas locais tenham acesso a conhecimento, inteligência comercial e parcerias e possam estar mais preparadas para negociar com o varejo. Também conectamos as empresas criando uma grande comunidade de marcas para networking e troca de experiências. Para o varejo, mostramos produtos inovadores, diferenciados e alinhados às tendências que podem trazer diferenciação estratégica ao sortimento”, explica Leila Okumura, cofundadora da Local.e.

Para impulsionar esse crescimento, a startup lançou em março deste ano o Manifesto das Marcas Locais, em que grandes varejistas assinam uma carta de intenções com três itens principais: maior abertura às marcas locais, flexibilização das políticas comerciais pensando na realidade da pequena empresa e monitoramento da porcentagem de marcas locais no mix da rede.

Carrefour, Pão de Açúcar, St. Marche, Enxuto e Zona Sul são alguns varejistas que já aderiram ao movimento. A rede carioca Zona Sul, por sinal, é uma das principais parceiras e incentivadoras da plataforma. “A Local.e veio para nos ajudar neste link do pequeno para as prateleiras físicas e virtuais da rede. A plataforma proporcionou a abertura da cultura do nosso time com o mundo dos empreendedores. É uma conexão moderna e rápida com o PDV”, resume Pietrangelo Leta, vice-presidente comercial da varejista.

A Local.e conta com...

3.000 marcas disponíveis na plataforma

8.500 itens disponíveis

95% Participação de alimentos e bebidas no total de itens cadastrados

“Mostramos ao varejo produtos inovadores, diferenciados e alinhados às tendências que podem trazer diferenciação estratégica ao sortimento das lojas”, afirma Leila Okumura, cofundadora da plataforma

 

Matéria publicada originalmente na revista SA Varejo de julho/2022

 

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