Mesmo entre as grandes empresas, ainda falta estabelecer processos básicos de inovação, passo fundamental para, posteriormente, colher frutos mais destacados nesse sentido. A constatação é de Glaucia Alves da Costa, diretora de inovação da Deloitte Brasil.

“Transformação digital é muito mais sobre implementar uma gestão de mudança do que adquirir tecnologia”, constata Glaucia. Um bom caminho para as empresas, segundo ela, é desenvolver uma cultura em que as pessoas consigam inovar, o que inclui permissão para errar durante esse processo. O ambiente mais propício a isso é aquele no qual as equipes trabalhem com flexibilidade, sem rigidez na hierarquia. De acordo com a diretora de inovação da Deloitte Brasil, dessa cultura podem surgir inovações incrementais, como avanços em processos, serviços ou produtos. E, só depois de cumprida essa etapa, a empresa estará apta a inovar de forma mais radical.

Durante palestra no 3º Fórum de Gestão e Governança da Fundação Dom Cabral, a especialista abordou quatro passos para criar cultura de inovação dentro de uma empresa: 

1. Promover entendimento e colaboração

Segundo ela, todo funcionário precisa entender as razões de mudar a forma de trabalhar. Afinal,  pessoas que estão acostumadas com o dia a dia da empresa nem sempre olham com atenção ao que ocorre fora dela. "É preciso criar motivações e mecanismos para que isso ocorra”, diz.

2. Desenvolver talentos e capacidades

Empresas não podem cometer o erro de transferir exclusivamente ao funcionário a responsabilidade de buscar atualização e novos conhecimentos. "Se a empresa se interessa que seus funcionários tenham novas ideias, precisa incentivar isso de alguma forma”, afirma a diretora de inovação da Deloitte Brasil.

3. Dê o exemplo e seja coerente 

“Cansei de ver organizações falando ‘somos empreendedores' no mesmo momento em que definia todas as suas metas com objetivos de curto prazo. Assim, todo mundo ficará preocupado em resolver somente aquilo que é mais urgente.", exemplifica a especialista.

4. Reforçar o comportamento esperado

“Uma empresa que promove quem não erra, não vai inovar", lembra  Glaucia Alves de Costa. Ela reforça que ninguém deixará de usar um modelo de gestão porque ele se esgotou. "Deixamos de usá-lo quando existe algo muito melhor no lugar.”

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