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01/06/2025
5 milhões de produtos são abandonados na boca dos caixas
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 15/08/2022
Foto: Stock Adobe
Pesquisa realizada pela Nextop, empresa que atua com tecnologia de segurança do varejo, mostra que nos últimos meses, com o avanço no preço dos alimentos, o brasileiro tem abandonado mais produtos na boca do caixa, quando o valor passa o previsto. Os itens tirados do carrinho vão de itens básicos, como óleo de soja, até supérfluos, como refrigerantes.
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Entre janeiro e junho deste ano, 4,997 milhões de itens foram abandonados. É um volume quase 16,5% maior que o do primeiro semestre de 2021, ou 704,9 mil itens a mais, revela a pesquisa.
Por meio de inteligência artificial e de um grande banco de dados, foram extraídas informações autorizadas do movimento de caixa de 982 supermercados de médio e pequeno porte do País, que atendem a todas as faixas de renda e que juntos vendem R$ 5 bilhões.
De acordo com Juliano Camargo, CEO e fundador da empresa, para chegar ao volume de produtos abandonados foram reunidos itens cancelados e produtos que o consumidor consultou o preço e desistiu. "Um crescimento de 16,42% na quantidade de itens abandonados é altíssimo e reflete que muita gente deve estar tomando susto", afirma Camargo. Apesar de não ter uma série longa de dados, ele acredita que as devoluções não teriam aumentado se a inflação de alimentos estivesse controlada.
Para o economista Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo (Ibevar), o tamanho da pilha de produtos deixados no caixa é a medida concreta do tamanho da crise. Ele ressalta, ainda, que indicadores de inflação, renda e emprego têm dimensão abstrata.
Além da falta de dinheiro, Felisoni acrescenta que a perda de referência de preços, provocada pela aceleração da inflação, e a pouca clareza da loja para passar a informação aos clientes podem contribuir para desistência da compra.
De acordo com a pesquisa, o ranking dos dez produtos mais devolvidos pelos consumidores no caixa de supermercado no primeiro semestre deste ano indica que a alta de preços da comida é generalizada: atinge pobres e ricos, com itens básicos e supérfluos.
A lista é liderada por refrigerante, seguida de leite, óleo de soja, cerveja e açúcar. Dos dez itens que mais sobraram na boca do caixa, quatro são básicos - leite, óleo de soja, açúcar e farinha de trigo — e seis não tão essenciais — refrigerante, cerveja, molhos, biscoitos, hambúrguer e bebida láctea.
A freada brusca do consumidor na reta final das compras provoca um efeito em cascata. O encalhe faz com que os supermercados comprem volumes menores da indústria e esfriem o ritmo de produção e atividade. "Hoje, o nível de estoques dos supermercados é o mais baixo dos últimos anos", afirma o da Nextop.
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