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Casino quer vender ações do Assaí ainda este ano

POR Reportagem SA+ Conteúdo

EM 22/11/2022

Foto: Divulgação

O varejista francês Casino não descarta a possibilidade de vender as ações do Assaí Atacadista ainda este ano. A operação é estimada em US$ 500 milhões e foi desenhada para injetar recursos no caixa da companhia, que está com dificuldades financeiras. A ideia é manter o plano de fazer a oferta subsequente de ações (“follow-on”, no jargão do mercado financeiro) até meados de dezembro. A venda de parte de sua participação proporcionará um fôlego junto a seus credores.

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Segundo uma fonte, os planos podem mudar se a aversão ao risco do aumentar. “Os estrangeiros, que estavam com dedo no gatilho para colocar dinheiro, retraíram”, comentou a fonte. Na última semana, após o envio da proposta da PEC da Transição, que prevê um gasto extra de R$ 175 bilhões em 2023, o mercado reagiu negativamente e a Bolsa encerrou em queda.

Procurado, o Casino afirmou que o teor do seu comunicado ao mercado no fim de outubro segue em vigor. Na ocasião, a empresa informou que tinha iniciado um estudo para vender uma fatia de sua participação no Assaí e que a operação poderia ocorrer no fim de outubro, mas que não havia uma decisão final sobre o assunto.

O Casino tem 41% da rede de atacarejo, que é a operação que mais leva crescimento e geração de caixa para o grupo francês. A venda das ações é necessária porque o Casino precisa cumprir metas estabelecidas com seus credores lá fora - e estaria com dificuldades de cumprir os acordos já no curto prazo.

O Assaí vem se preparando para a diminuição da participação do Casino em seu capital. A empresa aprovou junto ao Conselho de Administração uma proposta de alteração no estatuto da companhia para que transações com “partes relacionadas” acima de R$ 100 milhões tenham de ser aprovadas em Assembleia Geral, com abstenção de votos dos acionistas envolvidos na transação. Segundo fontes familiarizadas com o assunto a medida deve funcionar como uma vacina para “possíveis transações pouco ortodoxas” do controlador francês. Esse é um receio que paira sobre o mercado.

Isso porque o Casino enfrenta dificuldades para cumprir as exigências acordadas com seus credores, existe o medo de que as brasileiras controladas sejam prejudicadas para ajudar a companhia controladora. Segundo o comunicado da empresa, “em consulta realizada pela companhia, o acionista controlador declarou que votará a favor da deliberação proposta na assembleia geral”. Se tudo correr como o planejado, esse deve ser um importante aceno ao mercado de que o Casino não prejudicará acionistas minoritários em futuras transações.

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