Ao deixar o comando da Petrobrás, Pedro Parente assumiu um dos grandes desafios de sua carreira: recuperar a BRF. E o trabalho na companhia de proteína animal vem sendo feito passo a passo, no sentido de criar uma estrutura sólida para um crescimento duradouro. Os investidores da empresa precisarão de paciência até que os primeiros resultados cheguem. “Realisticamente, isso não acontecerá em menos de dois anos”, reconhece Parente. 

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Para o próximo ano, a expectativa é de que as margens parem de cair e retornem à média histórica da companhia, que no mercado interno controla marcas como Sadia, Perdigão e Qualy. 

Em abril deste ano, as ações da BRF caíram ao nível mais baixo em quase nove anos. Desde então, porém, já subiram 10%. A estratégia de Pedro Parente é de transparência total, mesmo que isso gere alguma frustração no curto prazo. “Não estou usando atalhos e não estou interessado em mostrar bons números trimestrais se eles não forem sustentáveis”, afirma Parente. A empresa espera reduzir os custos industriais em 30% em um processo previsto para durar em torno de um ano.

Mercado interno

O mercado interno brasileiro terá papel de protagonista na recuperação da BRF, sendo a espinha dorsal para a sustentação de operações lucrativas da empresa, nas palavras de Parente. Um segmento importante na retomada é o serviço de alimentação, no qual a BRF vem perdendo participação de mercado desde que a antiga diretoria demitiu, para cortar custos, diversos integrantes da equipe de vendas.

A companhia tem mantido negociações para vender ativos na Europa, Tailândia e Argentina. A ideia é arrecadar R$ 3 bilhões com a venda de unidades, os quais serão usados para pagar dívidas. Outros R$ 2 bilhões, para a mesma finalidade, devem ser gerados pela venda de um fundo de recebíveis, imóveis e também pela redução de estoque.

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