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Atacarejo libera R$ 7,5 bi para consumo, mas dinheiro não vai para supermercados

POR Reportagem SA+ Conteúdo

EM 10/10/2018

O consumidor economiza R$ 7,5 bilhões no ano com compras realizadas no atacarejo. Se adicionarmos a essa conta o valor economizado por transformadores e pessoas jurídicas em geral, o valor sobe para R$ 13,5 bilhões. O dado é da Abaas (Associação Brasileira de Atacadistas de Autosserviço), em evento realizado ontem (09/10), na capital paulista. Segundo Ricardo Roldão, presidente da associação e da rede Roldão Atacadista, esses valores são liberados para o consumo em outros canais.

Mas, segundo um estudo apresentado pela consultoria Nielsen durante o evento, os supermercados ficam com uma parcela menor desse valor. Quem mais tem se beneficiado são as farmácias. De acordo com o estudo, quando o consumidor mescla suas compras entre cash & carry, supermercados, lojas de vizinhança e farmácias, essas últimas são as que mais crescem. Os gastos realizados sobem 29,3%, contra 8,6% do super e 3% do canal de vizinhança. “Identificamos que, de uma forma geral, o consumidor que mescla as compras entre todos esses canais aumenta seus gastos em 10,3%, em média”, afirmou Roberto Butragueno, diretor de Retail da Nielsen.

Sergio Alvim (foto), CEO da SA Varejo, convidado para participar do debate sobre colaboração, que aconteceu durante o encontro, apontou que um dos fatores que favorecem as farmácias é o sortimento. O shopper vai buscar nesse canal produtos que não encontra no cash & carry nem no canal de supermercados. “Esse é um desafio importante para o atacarejo, em especial. Será que cabem mais produtos no mix ou será que uma ampliação do número de itens aproximaria o canal de um supermercado, aumentando o custo?”, questionou.

Para Filipe Martins, diretor comercial do Mart Minas, a proposta do cash & carry exige simplificação do sortimento-chave. Ele estima que cerca de 50% dos itens respondam por 5% do faturamento. “Precisamos de velocidade e volume em nosso negócio. Por isso, ao incluir um item no sortimento, é preciso avaliar a retirada de outro”, comentou.  

Já Belmiro Gomes, CEO do Assaí Atacadista, ressaltou que uma ampliação do mix pode impactar na percepção de preço baixo do cliente que frequenta o canal. “Com o sortimento mais enxuto, ampliamos a imagem de 15% de economia para 25% a 30%, porque ela não é influenciada por itens mais caros, como eletroeletrônicos. Se tivermos uma linha mais ampla, o cliente acabará nos ‘culpando’ por gastar mais”, analisa o executivo do cash & carry, que pertence ao GPA.

O estudo da Nielsen apontou ainda que o hábito de frequentar outros canais além do cash & carry muda conforme a região do País. No Nordeste, por exemplo, 44,3% dos consumidores fazem compras apenas no atacarejo, enquanto no Sudeste o percentual é de apenas 12,5%. Ainda segundo o levantamento, a penetração do canal alcançou 60% neste ano. Em 2017, foi 55% e, no ano anterior, 51%. Já em 2015, era 42%.

 

 

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TAGS:Atacarejo, Cash & Carry, Consumo, Sergio Alvim
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