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10/10/2025
Varejo alimentar mineiro cresce 6,2% em faturamento, apesar da queda em volume
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 10/10/2025

Foto: Adobe Stock
Entre janeiro e agosto deste ano, o varejo alimentar em Minas Gerais registrou alta de 6,2% em faturamento, mesmo com retração de 1,6% em unidades vendidas. Os dados são da Scanntech, que destaca a resiliência dos supermercados frente à pressão por volume nos atacarejos.
Segundo a diretora de marketing da Scanntech, Priscila Ariani, o cenário macroeconômico mais estável ainda não se traduz em aumento no consumo. “Apesar da queda na inflação e da alta na renda média, o poder de compra segue limitado. As famílias reavaliam prioridades e reservam produtos premium para ocasiões específicas”, explica.
A cesta de perecíveis lidera em crescimento de valor e volume. Já a mercearia básica registrou o maior aumento no preço por unidade. Entre os itens com queda em volume estão arroz, feijão e açúcar, enquanto alimentos prontos e semiprontos ganham espaço.
Dados da Embrapa mostram que o consumo per capita de alimentos básicos caiu cerca de 30% em quatro décadas. Movimentos de bem-estar, indulgência e lifestyle impulsionam categorias específicas, como produtos ligados à beleza e saúde.
Outro ponto destacado é o avanço dos produtos para pets. O número médio de animais domésticos por domicílio já supera o de crianças, e a cesta pet cresce enquanto a infantil apresenta retração.
Mesmo diante de um cenário de consumo cauteloso, há disposição para investir em itens de maior valor percebido. No eixo Leste (MG, RJ e ES), a participação de produtos premium cresceu 1,7 ponto percentual, contra 0,3 p.p. no Brasil. O café é um exemplo: mesmo com alta nos preços, mantém presença no carrinho e impulsiona rótulos especiais.
O clima também influenciou a performance da cesta de bebidas. As não alcoólicas recuaram mais em Minas do que no restante do País. Em contrapartida, refrigerantes zero, águas com gás e chás prontos sem açúcar ganharam força. Entre as alcoólicas, as cervejas premium e de baixa caloria se destacaram.
A combinação entre preços, mudança de hábitos e novos formatos de consumo indica que o crescimento em valor pode seguir, mas a recuperação em volume depende de maior confiança do consumidor e estabilidade nos preços.
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