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22/05/2025
Startups de supermercados online mudam estratégia para enfrentar estagnação pós-pandemia
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 21/05/2025

Imagem: Adobe Stock
Após um período de crescimento durante a pandemia, o comércio eletrônico voltado ao varejo alimentar enfrenta desafios no Brasil. Com a retomada das atividades presenciais, diversas startups encerraram suas operações no país, incluindo Merqueo, Justo e Mercado Diferente.
Entretanto, algumas empresas continuam em atividade, buscando modelos de negócio sustentáveis. A Trela, supermercado online com foco em alimentos saudáveis, é uma delas. “O erro que muitos cometeram foi tentar fazer simplesmente uma versão online do varejo tradicional”, afirma Guilherme Nazareth, CEO da startup.
A Trela opera com um centro de distribuição próprio no bairro da Lapa, em São Paulo, com 70% da estrutura dedicada a câmaras frias. A empresa adota um modelo de entregas just in time, realizando reposições frequentes em parceria com fornecedores. Hortifrúti, frutos do mar e pães são entregues duas vezes ao dia e rapidamente despachados ao cliente final. Produtos com maior validade são repostos com apoio de algoritmos que monitoram demanda e giro de estoque.
Além disso, a Trela oferece uma variedade de produtos selecionados, buscando atender a demandas específicas dos consumidores. “Temos uma curadoria diferenciada, olhando para coisas que os supermercados ignoram e que os clientes percebem o valor”, Nazareth explica.
A companhia cresceu 12 vezes em volume bruto de mercadoria (GMV) e 8 vezes em receita no último ano, com o custo de aquisição de cliente (CAC) caindo 70%. Em 2022, a Trela captou US$ 25 milhões em uma série A liderada pelo SoftBank.
Raízs
Outra empresa que busca consolidar sua presença no mercado é a Raízs, foodtech especializada em alimentos orgânicos. Após enfrentar ciclos desafiadores, encontrou estabilidade a partir de decisões estratégicas tomadas em 2022. “A gente já teve muitos cenários desafiadores na empresa, mas hoje não é um deles”, afirmou Tomás Abrahão, CEO e fundador da Raízs.
A foodtech registrou crescimento de 70% no faturamento anual em 2024 e apresentou um EBITDA três vezes superior à média do varejo alimentar. A empresa ampliou seu portfólio para mais de 2.500 itens, incluindo produtos de mercearia, bebidas saudáveis, alimentos sem glúten, sem lactose, carnes, suplementos e itens plant-based.
“Investimos muito em tecnologia, de diferentes formas, inclusive com módulos de IA para prever abastecimento com os produtores e otimizar custos”, explica Abrahão.
A plataforma conta com aproximadamente 120.000 clientes registrados e colabora com cerca de 1.500 famílias de agricultores, impactando diretamente cerca de 7.500 pessoas em diferentes regiões do Brasil.
Além disso, a Raízs utiliza tecnologia própria para prever a demanda, utilizando aprendizado de máquina para entender os gostos dos clientes. Dessa maneira, a companhia faz o planejamento da colheita junto aos produtores e agrônomos da startup.
As ferramentas também são usadas para a roteirização de rotas para a distribuição dos itens pelas cidades, reduzindo desperdício de alimentos para 4%. “Estamos em um momento de consolidação. Conseguimos sobreviver bem num mercado com players mais capitalizados que caíram, e agora temos a chance de conquistar essa clientela”, Abrahão conclui.
Fonte: Startups
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