ÚLTIMAS NOTÍCIAS
19/04/2025
Veja como o varejo físico e e-commerce estão aproveitando a onda da saudabilidade
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 26/02/2025
Foto: divulgação
Garantir que o cliente sempre encontre o produto desejado é fundamental, especialmente quando se trata de consumidores que se atentam até aos ingredientes. Quando falamos de alimentos saudáveis, é preciso um olhar mais atento para impulsionar as vendas.
O varejo Da Santa, cuja operação é baseada principalmente nas categorias de alimentos naturais e saudáveis, incluindo hortifrúti, produtos sem glúten, sem lactose, sem açúcar e opções veganas, centra a estratégia para a venda de saudáveis na experiência do cliente. “Trabalhamos com uma cliente vegana que avalia os produtos veganos e nos ajuda a decidir quais incluir em nossa oferta”, conta Julio Tadeu Aoki, fundador da rede.
Os produtos mais vendidos são as frutas, verduras e legumes, fornecidos por parceiros de longa data, para manter o portfólio buscado por clientes.
“Ultimamente, não desenvolvemos novos fornecedores. Observamos muitas mudanças nos últimos anos, com novas marcas e produtos similares chegando rapidamente ao mercado”, comenta Julio Tadeu Aoki, fundador da rede Da Santa.
E-commerce e pequenos fornecedores
O e-commerce tem sido uma via de crescimento para pequenas marcas dessa categoria, permitindo que se estabeleçam online antes de entrar no varejo físico. Exemplos como Super Coffee e Liv Up ilustram essa trajetória. Marcas exclusivamente virtuais também alcançam números expressivos, com 1,7 milhão de seguidores no Instagram.
Entre 30 e 45 anos de idade, o consumidor típico de alimentos saudáveis é majoritariamente formado por mulheres.
Saudáveis online
A foodtech Raízs, especializada em alimentação saudável, registrou aumento de 70% no faturamento em 2024, alcançando 120 mil clientes.
27% é o crescimento projetado no mercado brasileiro de alimentos voltados para saúde e bem-estar, enquanto a alta da média global deve ficar em 8,5%.
Fonte: Euromonitor International
A empresa se destaca por negociar diretamente com pequenos produtores e adotar práticas sustentáveis. O lançamento do aplicativo próprio da marca contribuiu para alavancar o resultado.
Houve um aumento de 110% no portfólio no ano passado, com a inclusão de, em média, 2 mil novos itens na linha de mercearia saudável. A empresa compra os produtos de aproximadamente 1.500 famílias de produtores, formadas por cerca de 7.500 pessoas em todo o Brasil.
“Nossa estratégia de precificação é baseada em planejamento pré-plantio, garantindo estabilidade nos preços e competitividade em relação a outros players", afirma Tomás Abrahão, CEO da Raízs.
A tecnologia pode ser a maior aliada do varejista no processo de fazer chegar ao consumidor os produtos buscados, com maior rapidez e qualidade, na visão de Kefreen Batista, vice-presidente de Tecnologia na Globant. “A Inteligência Artificial ajuda a estruturar as cadeias de rastreabilidade da produção até a venda, possibilitando oferecer alimentos com certificação de ponta a ponta, e assim o cliente sabe exatamente o que está comprando”, diz.
Lições do online para o varejo físico
- Conheça os produtos para informar melhor os clientes
- Diferencie-se no mix para evitar competir apenas por preço
- Monitore as mudanças do mercado para ajustar estratégias rapidamente
Fonte: Local.e
Plataforma fisga consumidor ambientalista
A maneira de fisgar o consumidor já no enunciado é outro ensinamento do comércio online ao varejo físico. A plataforma Mercado Livre, por exemplo, anuncia a categoria de “produtos sustentáveis”, que captura o olhar de quem se preocupa com o meio ambiente.
Os tópicos trazem, por exemplo, definições sobre produtos que produzem impacto socioambiental positivo, que, resumidamente, seriam os reutilizáveis, compostáveis, feitos com materiais reciclados ou certificados orgânicos e cujo consumo promove a redução dos resíduos, das emissões de gases que causam o efeito estufa (GEE), combatem o desmatamento das florestas e poupam energia.
Análise do tíquete de compras
Já a Scanntech lança mão da tradicional análise da cesta de compras para identificar o comportamento do consumidor. A empresa monitora tíquetes em mais de 45 mil supermercados no Brasil.
“Não temos na Scanntech a intenção de entrar na discussão nutricional dos alimentos, já que as definições sobre o que é ou não saudável variam com o tempo e novos estudos; o que buscamos é entender o comportamento do consumidor em frente ao que ele entende que é ou não saudável. Assim, conseguimos observar que a compreensão de saudabilidade do consumidor caminha lado a lado com o que é considerado um corpo ideal. No início dos anos 2000, o corpo ideal era muito magro e os produtos considerados saudáveis eram os baixos em carboidratos. Hoje, esse corpo tem músculos definidos, então temos o segmento proteico como aquele que mais puxa o crescimento de produtos considerados saudáveis”, relata Priscila Ariani, diretora de marketing da Scanntech.
Cesta de saudáveis
- 11,7% de crescimento no períod, com destaque para a região Norte: +15,5%, seguida do interior de SP: +13,3%
- 25,7% de alta nos segmentos de proteico (leite, iogurte, cereal em barra e suplemento) e de 18,8% nas bebidas (refrigerante zero/diet, cerveja light/zero álcool e leite desnatado/zero lactose).
- 7,6% de alta no volume de vendas das bebidas vegetais no mercado plant based
Fonte: Scanntech
Para pensar estratégias de sortimento
• A loja está cobrindo as unidades de necessidade dos clientes?
• Como estão delimitadas as diferentes faixas de preço de cada categoria? Estão claras as ofertas de preço de entrada, faixa intermediária e premium?
• A compra cruzada está sendo comprovada dentro do tíquete de compras da categoria, para pensar em alavancagem de vendas?
Festival de saudáveis
Aprendizado com os números coletados levado à prática do varejo
O Grupo Mercadinhos São Luiz, no Ceará, obteve resultados positivos com sua categoria “costume saudável”. Desde 2013, o setor cresceu significativamente, com destaque para o hortifrúti e produtos orgânicos. Eventos como o Festival Costume Saudável, atraem milhares de visitantes com palestras, oficinas e ativações de marcas.
A cartilha da personalização é seguida. “Um ponto fundamental é entender o comportamento do consumidor, o que ele está precisando e procurando, para assim sermos mais assertivos nos produtos disponibilizados em lojas.” Na hora de precificar, a estratégia é a competitividade.
“Temos também a bandeira do Mercadão São Luiz, uma loja de descontos que chega para oferecer os melhores produtos com os melhores preços. Tem sido um formato muito bem aceito e que tem liderado nossa estratégia de expansão nos últimos meses”, revela Luiza Ramalho, diretora de marketing do grupo.
Estudo Consumer Pulse, da Bain & Company, revelou que 63% dos consumidores estão tentando uma dieta com saudáveis e 43% se exercitam mais. “Isso contribui para que os saudáveis e os naturais sejam cada vez mais buscados. Uma sociedade olhando para a longevidade”, diz Ana.
Notícias relacionadas

Indústria de limpeza entra no segmento premium e projeta aumento de 20% no faturamento

Rafael Ferri expande sua participação no GPA

Vigor anuncia novo diretor comercial e de trade marketing
