ÚLTIMAS NOTÍCIAS
12/05/2025
Veja como o varejo físico e e-commerce estão aproveitando a onda da saudabilidade
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 26/02/2025
Foto: divulgação
Garantir que o cliente sempre encontre o produto desejado é fundamental, especialmente quando se trata de consumidores que se atentam até aos ingredientes. Quando falamos de alimentos saudáveis, é preciso um olhar mais atento para impulsionar as vendas.
O varejo Da Santa, cuja operação é baseada principalmente nas categorias de alimentos naturais e saudáveis, incluindo hortifrúti, produtos sem glúten, sem lactose, sem açúcar e opções veganas, centra a estratégia para a venda de saudáveis na experiência do cliente. “Trabalhamos com uma cliente vegana que avalia os produtos veganos e nos ajuda a decidir quais incluir em nossa oferta”, conta Julio Tadeu Aoki, fundador da rede.
Os produtos mais vendidos são as frutas, verduras e legumes, fornecidos por parceiros de longa data, para manter o portfólio buscado por clientes.
“Ultimamente, não desenvolvemos novos fornecedores. Observamos muitas mudanças nos últimos anos, com novas marcas e produtos similares chegando rapidamente ao mercado”, comenta Julio Tadeu Aoki, fundador da rede Da Santa.
E-commerce e pequenos fornecedores
O e-commerce tem sido uma via de crescimento para pequenas marcas dessa categoria, permitindo que se estabeleçam online antes de entrar no varejo físico. Exemplos como Super Coffee e Liv Up ilustram essa trajetória. Marcas exclusivamente virtuais também alcançam números expressivos, com 1,7 milhão de seguidores no Instagram.
Entre 30 e 45 anos de idade, o consumidor típico de alimentos saudáveis é majoritariamente formado por mulheres.
Saudáveis online
A foodtech Raízs, especializada em alimentação saudável, registrou aumento de 70% no faturamento em 2024, alcançando 120 mil clientes.
27% é o crescimento projetado no mercado brasileiro de alimentos voltados para saúde e bem-estar, enquanto a alta da média global deve ficar em 8,5%.
Fonte: Euromonitor International
A empresa se destaca por negociar diretamente com pequenos produtores e adotar práticas sustentáveis. O lançamento do aplicativo próprio da marca contribuiu para alavancar o resultado.
Houve um aumento de 110% no portfólio no ano passado, com a inclusão de, em média, 2 mil novos itens na linha de mercearia saudável. A empresa compra os produtos de aproximadamente 1.500 famílias de produtores, formadas por cerca de 7.500 pessoas em todo o Brasil.
“Nossa estratégia de precificação é baseada em planejamento pré-plantio, garantindo estabilidade nos preços e competitividade em relação a outros players", afirma Tomás Abrahão, CEO da Raízs.
A tecnologia pode ser a maior aliada do varejista no processo de fazer chegar ao consumidor os produtos buscados, com maior rapidez e qualidade, na visão de Kefreen Batista, vice-presidente de Tecnologia na Globant. “A Inteligência Artificial ajuda a estruturar as cadeias de rastreabilidade da produção até a venda, possibilitando oferecer alimentos com certificação de ponta a ponta, e assim o cliente sabe exatamente o que está comprando”, diz.
Lições do online para o varejo físico
- Conheça os produtos para informar melhor os clientes
- Diferencie-se no mix para evitar competir apenas por preço
- Monitore as mudanças do mercado para ajustar estratégias rapidamente
Fonte: Local.e
Plataforma fisga consumidor ambientalista
A maneira de fisgar o consumidor já no enunciado é outro ensinamento do comércio online ao varejo físico. A plataforma Mercado Livre, por exemplo, anuncia a categoria de “produtos sustentáveis”, que captura o olhar de quem se preocupa com o meio ambiente.
Os tópicos trazem, por exemplo, definições sobre produtos que produzem impacto socioambiental positivo, que, resumidamente, seriam os reutilizáveis, compostáveis, feitos com materiais reciclados ou certificados orgânicos e cujo consumo promove a redução dos resíduos, das emissões de gases que causam o efeito estufa (GEE), combatem o desmatamento das florestas e poupam energia.
Análise do tíquete de compras
Já a Scanntech lança mão da tradicional análise da cesta de compras para identificar o comportamento do consumidor. A empresa monitora tíquetes em mais de 45 mil supermercados no Brasil.
“Não temos na Scanntech a intenção de entrar na discussão nutricional dos alimentos, já que as definições sobre o que é ou não saudável variam com o tempo e novos estudos; o que buscamos é entender o comportamento do consumidor em frente ao que ele entende que é ou não saudável. Assim, conseguimos observar que a compreensão de saudabilidade do consumidor caminha lado a lado com o que é considerado um corpo ideal. No início dos anos 2000, o corpo ideal era muito magro e os produtos considerados saudáveis eram os baixos em carboidratos. Hoje, esse corpo tem músculos definidos, então temos o segmento proteico como aquele que mais puxa o crescimento de produtos considerados saudáveis”, relata Priscila Ariani, diretora de marketing da Scanntech.
Cesta de saudáveis
- 11,7% de crescimento no períod, com destaque para a região Norte: +15,5%, seguida do interior de SP: +13,3%
- 25,7% de alta nos segmentos de proteico (leite, iogurte, cereal em barra e suplemento) e de 18,8% nas bebidas (refrigerante zero/diet, cerveja light/zero álcool e leite desnatado/zero lactose).
- 7,6% de alta no volume de vendas das bebidas vegetais no mercado plant based
Fonte: Scanntech
Para pensar estratégias de sortimento
• A loja está cobrindo as unidades de necessidade dos clientes?
• Como estão delimitadas as diferentes faixas de preço de cada categoria? Estão claras as ofertas de preço de entrada, faixa intermediária e premium?
• A compra cruzada está sendo comprovada dentro do tíquete de compras da categoria, para pensar em alavancagem de vendas?
Festival de saudáveis
Aprendizado com os números coletados levado à prática do varejo
O Grupo Mercadinhos São Luiz, no Ceará, obteve resultados positivos com sua categoria “costume saudável”. Desde 2013, o setor cresceu significativamente, com destaque para o hortifrúti e produtos orgânicos. Eventos como o Festival Costume Saudável, atraem milhares de visitantes com palestras, oficinas e ativações de marcas.
A cartilha da personalização é seguida. “Um ponto fundamental é entender o comportamento do consumidor, o que ele está precisando e procurando, para assim sermos mais assertivos nos produtos disponibilizados em lojas.” Na hora de precificar, a estratégia é a competitividade.
“Temos também a bandeira do Mercadão São Luiz, uma loja de descontos que chega para oferecer os melhores produtos com os melhores preços. Tem sido um formato muito bem aceito e que tem liderado nossa estratégia de expansão nos últimos meses”, revela Luiza Ramalho, diretora de marketing do grupo.
Estudo Consumer Pulse, da Bain & Company, revelou que 63% dos consumidores estão tentando uma dieta com saudáveis e 43% se exercitam mais. “Isso contribui para que os saudáveis e os naturais sejam cada vez mais buscados. Uma sociedade olhando para a longevidade”, diz Ana.
Notícias relacionadas

Assaí corta pela metade projeção de novas lojas para 2026

Unibox amplia presença no interior de Santa Catarina com aquisição de unidades de varejistas regionais

Delta Max adquire parte de terreno de universidade e avança com os planos de expansão
