Eduardo Jaime, CEO da SA+ Trade, durante o Trade Connection - Foto: Ivan Lima

Ter levantado a bandeira do Trade Marketing, tratando os temas relacionados à área de maneira isenta e com os principais players. Essa é uma das principais contribuições da SA+ Trade para o mercado, na avaliação de Eduardo Jaime, CEO desse braço de negócios da SA+ Ecossistema de Varejo. Logo em sua primeira iniciativa, em 2023, a empresa lançou um evento aberto à participação de quem tem interesse no assunto e voltado a incentivar as empresas a apostar em áreas Trade orgânicas e estratégicas e a estimular o protagonismo tanto delas quanto de seus profissionais. Com base nisso, o Trade Connection, maior evento do setor do Brasil, chegou ao seu segundo ano, acompanhado de inovações e de uma série de outras iniciativas. Nesta conversa, Eduardo Jaime faz um balanço de tudo o que foi realizado até aqui e conta o que vem pela frente. Confira a seguir.

Qual foi o principal destaque do primeiro semestre para a SA+ Trade?

Até o ano passado, a SA+ Trade tinha um produto, que era o Trade Connection. Neste ano, ampliamos o nosso portfólio e fizemos uma inovação importante nesse evento, que aconteceu em junho deste ano. Criamos o segundo dia para resolver uma dor que o mercado nos trouxe sobre a necessidade de ampliar a conexão entre equipes Trade do varejo e da indústria. O Trade Connection teve resultados bastante expressivos. Tivemos mais de 1.700 pessoas participando, 24 palestrantes, 44 patrocinadores e 13 apoiadores institucionais. Estiveram presentes 307 varejos e aproximadamente 600 varejistas, além de 166 indústrias. Esses são números absolutamente robustos que mostram o quanto nosso movimento de trazer temas de Trade Marketing para o varejo alimentar está superaderente em função da carência que o setor tem em discutir esses aspectos de forma aprofundada e genuína.

O que torna esse evento diferenciado na sua opinião?

Existe um ponto super-relevante que é a conexão com as pessoas, e a SA+ Ecossistema de Varejo e a SA+ Trade são um ponto de integração. Os profissionais, tanto do varejo quanto da indústria, estão dentro desse ecossistema, e a gente potencializa o que eles fazem de melhor, dando visibilidade a eles. Um ponto muito importante é que as pessoas estão dispostas a falar dos seus cases e das suas trajetórias para que as outras se espelhem e trilhem esse caminho, do ponto de vista profissional e de projetos e estratégias compartilhadas. Isso é algo que percebo com todo esse movimento que estamos gerando no setor e que impacta tanta gente, como vemos nos números do Trade Connection. Para se ter uma ideia, tivemos um alcance no Instagram de 2,1 milhões de pessoas e mais de 300 mil interações no LinkedIn durante a semana do evento.

Neste ano, Trade Connection ganhou um dia a mais. Conte um pouco sobre como foi e qual o objetivo dele?

Após o término da primeira edição do Trade Connection no ano passado, vimos uma inquietação do pessoal do varejo, que se perguntava: “E aí, o que eu faço? A SA+ Trade está levantando um tema que eu tenho interesse. Porém, não consigo me conectar com o Trade da indústria, porque o comercial blinda esse contato e por eu não ter ainda volume suficiente para o fornecedor entender que pode trazer o time inteiro para me atender”. Enfim, várias dores foram apresentadas pelos participantes e notamos que as indústrias também tinham dificuldades, como não contar com estrutura para estar em todos os clientes. Foi aí que surgiu a ideia do segundo dia do Trade Connection, que chamamos de Alinhamento Estratégico Trade – ou seja, trata-se de uma agenda de negócios entre equipes Trade. E aí tivemos também uma aderência importante: 15 indústrias que patrocinaram o evento vieram para esse “Dia 2”, com mais de 30 redes de varejo que também estiveram presentes lá. O resultado disso foi a realização de 130 reuniões.

Com o Trade Connection, tivemos um alcance no Instagram de 2,1 milhões de pessoas e mais de 300 mil interações no LinkedIn durante a semana do evento

Quais foram suas percepções sobre o Alinhamento Estratégico Trade?

O que ficou claro é que muitos projetos de Trade possíveis de serem realizados com as indústrias eram desconhecidos pelo varejo. Por essa razão, o Alinhamento Estratégico serviu como um elo de ligação entre os times, permitindo a eles se conhecer, trocar celulares e, principalmente, iniciar uma agenda de trabalho a partir dali, descobrindo projetos em comum ou criando outros mais customizados. Por tudo isso vemos que o segundo dia veio para ficar.

De forma geral, como foi a aceitação do público em relação ao evento?

Fizemos um levantamento e a satisfação bateu em 97% entre os participantes – quase uma unanimidade. Outro dado é que 93% dos profissionais consideram o Trade Connection relevante, lembrando que a maioria das pessoas presentes no evento se manifestaram de forma espontânea nessa pesquisa, confirmando sua presença em 2025.

Tudo isso confirma o quanto o evento em apenas dois anos se consolidou como o maior de Trade Marketing do Brasil. Qual sua leitura?

Sim, isso é uma realidade. E é importante dizer que o Trade Connection se consolidou em tão curto espaço de tempo por ter um alicerce muito bem construído pela SA+ Ecossistema de Varejo, com base na confiabilidade, na maneira agnóstica como são tratados os temas e na forma como promove a conexão entre indústria e varejo de maneira colaborativa, envolvendo a alta direção e a área comercial. Dessa forma, quando o Trade Connection foi lançado naturalmente todo esse ecossistema que frequenta, que participa, que consome os conteúdos e os eventos da SA+ viu com bons olhos a iniciativa e deu a importância que estamos vendo a essa área específica das empresas, que é o Trade.

Durante o Trade Connection também aconteceram as gravações do +Mais Varejo Podcast, que começou a ir ao ar agora em julho.

O Trade Connection é uma iniciativa que oferece algumas oportunidades. Uma delas foi aproveitarmos o fato de termos lá muita gente boa, mas contar com um tempo limitado de apresentação nas plenárias. Por isso, resolvemos junto com a SA+ Conteúdo, nosso braço responsável pelas informações que veiculamos em nossas plataformas, montar um estúdio de gravação dentro do Pro Magno, onde aconteceu o evento. Dessa forma, foi possível compartilhar, utilizando o formato podcast, ainda mais experiências de profissionais que estariam lá apenas para acompanhar o Trade Connection. Outro movimento bacana a partir do evento foi o lançamento do “Workshop Trade – Desenvolvendo Áreas Trade de Alta Performance”, voltado exclusivamente para o varejo.  Ele tem o objetivo de disseminar a cultura Trade a partir de um conteúdo mais detalhado e de maior profundidade, em diversas localidades do País, alcançando muitas redes que não puderam vir a São Paulo para o evento, apesar do expressivo número de 307 redes presentes. Iniciamos neste mês na cidade de Campinas, em São Paulo, e vamos rodar mais sete estados.

Workshop Trade realizado em Campinas, interior de São Paulo

Podemos então dizer que os Workshops estão alinhados com o propósito da SA+ Trade?

O Workshop Trade permite evangelizar. Para entender, se você olhar a escala de conteúdos que a gente desenvolveu no Trade Connection, a pessoa sai de lá provocada por eles. Aí quando vamos lá na ponta, começamos falando da visão do cliente, o papel do trade no contexto do shopper e de quais estratégias adotar. Esse primeiro módulo é trazido pela Bruna Fallani, fundadora da Shopper 2B. No segundo, o Fábio Acayaba, nosso parceiro, aborda a visão da indústria, como funciona o trade nesse canal, quais são as divisões, as verbas e as estratégias dela. E eu fecho o terceiro módulo falando, do ponto de vista do varejista, a respeito do que compõe a área de Trade, quais os pontos de atenção, como ele apoia o marketing, a área comercial e a de expansão, o calendário promocional e como o Trade conversa com a indústria. Dessa forma, encurtamos o aprendizado. Com essa finalidade, também levamos para o Workshop cases da indústria e de alguns parceiros que são superimportantes para a execução do Trade, como empresas de plataformas e de soluções.

E como foi o primeiro Workshop, realizado em Campinas?

Esse primeiro encontro contou com casa cheia. Estiveram conosco 28 redes da região e mais de 75 profissionais. A avaliação também foi superboa, demonstrando que estamos no caminho certo ao nos deslocarmos para os Estados a fim de democratizar o acesso a esse conteúdo. Um ponto importante é que, a partir do Workshop, a gente cria um grupo de trabalho no WhatsApp, com as pessoas presentes no evento e os palestrantes, durante 30 dias. A ideia é dirimir dúvidas, trazer oportunidades e, digamos assim, fazermos uma mentoria, além de conversar de uma maneira aberta. O mesmo será feito nas próximas cidades onde o Workshop Trade será realizado.

O que mais teremos de novidade nos próximos meses?

Nós realizaremos em novembro o Prêmio Top Trade. Essa ideia vem de uma experiência que tive quando era presidente da ADVB do Paraná, que são os prêmios Top de Marketing e Personalidades do Ano, este último criado para reconhecer a contribuição de profissionais de vendas, de marketing e empresarial. Serão seis categorias dentro da área de atuação do Trade Marketing, nas quais indústria, varejo e prestadores de serviços poderão se inscrever. Os cases serão avaliados por uma banca julgadora para selecionar os três finalistas, que poderão ser votados pelos profissionais do setor. O vencedor será conhecido apenas no dia da premiação. Em breve, divulgamos todos os detalhes.

Como essa premiação vai contribuir para o desenvolvimento da área?

O prêmio permitirá dar cada vez mais visibilidade às boas práticas. Uma estratégia bem-feita que gera resultado estimula mais pessoas a querer construir cases de sucesso. Isso requer colaboração entre os dois lados, criatividade, satisfação do cliente, boa distribuição e execução e sell out. A partir do momento em que se consegue premiar empresas e pessoas, é possível estimular novas pessoas e novas empresas a olhar para o Trade de forma estratégica e entender que ele pode ser determinante para o resultado do negócio.

Missão Orlando 2023: conteúdo e olhar estratégico sobre o varejo dos EUA

Outro projeto interessante que tem contribuído para o setor são as Missões Internacionais, realizadas pelo nosso braço SA+ Internacional. Pode falar um pouco sobre ele?

Esses programas têm como uma de suas principais características oferecer um conteúdo para o empresário ou o executivo se aprofundar no negócio. Outro ponto das missões que realizamos tem sido a conexão e a troca de experiência, o que vai desde questões sobre como lidar com a gestão até se existe ou não um planejamento estratégico ou um posicionamento claro. Todas essas são coisas que não constam na programação oficial, mas geram muitos insights, o que não tem preço. O mesmo serve para as visitas aos varejos. Não se trata de fazer melhor ou pior, mas de ter provocações a partir de como são trabalhados fora do Brasil os formatos, a marca própria, o relacionamento com o cliente e uma série de aspectos que são abordados durante uma semana de imersão e de muito conteúdo.

Quais serão as próximas viagens?

Teremos a Missão Lisboa entre 24 e 31 de agosto e a Missão Orlando, de 5 a 12 de outubro. Um ponto absolutamente importante é que a SA+ Internacional está apta a fazer missões customizadas para a indústria. Ela não é uma agência, mas pela experiência que já tem com as viagens realizadas e com os varejistas, nos colocamos como um player apto para desenvolver esses projetos.

Um desafio importante para o varejo é o desenvolvimento das pessoas. Como está essa frente, capitaneada pela SA+ Educação?

Hoje temos os nossos EADs Revolução Comercial e Revolução Trade, 100% realizados por nós, e o de Gerenciamento por Categorias, em parceria com a especialista no assunto, Fátima Merlin. Já faz parte do planejamento para este semestre incluir em nossa plataforma de educação o Revolução dos Dados, além de versões para 2025 do Revolução Comercial e do Revolução Trade. Portanto, estamos criando um movimento muito bacana de democratizar conhecimento, boas práticas e tudo o que a SA+ desenvolve diariamente aqui dentro, em termos de conteúdo, de relacionamento e de aprendizado. Os eventos também geram uma quantidade enorme de insights, inclusive para nós mesmo. Isso acontece ainda em cada conversa que se tem com uma indústria, um varejo e com os profissionais. A ideia é transformar tudo isso em um uma devolutiva para o mercado, disponibilizada em nossa plataforma de educação.

Há mais algum projeto nessa área?

Sim. De 05 a 10 de agosto próximo, realizaremos em parceria com a ESPM o curso “Formação de Gestores para Trade Marketing em Empresas do Varejo”, que será presencial. Vamos abordar conceitos, técnicas e ferramentas essenciais para a gestão nessa área. Teremos atividades de relacionamento e negociação com fornecedores, gerenciamento por categorias, desenvolvimento de mídia kit, execução de ações promocionais e gestão de CRM. As aulas serão dadas pelo Marcelo Ermini, coordenador da pós-graduação Lato Senso e do Hub de Trade Marketing da ESPM, por mim e pela nossa head de conteúdo, Alessandra Morita. Também teremos convidados especiais nas aulas. Mas, independente de qual seja a área – Trade, Internacional ou Educação –, o que estamos fazendo é colocar um conjunto de iniciativas à disposição do mercado, focadas em tornar o setor e os profissionais protagonistas em seus negócios.