Foto: Divulgação 

 

Após um período de forte expansão, o St Marche decidiu reduzir o ritmo de inaugurações em 2024, priorizando o amadurecimento de suas unidades mais recentes. Para se ter uma ideia, entre julho de 2021 e setembro de 2023, foram abertas 12 lojas, com intervalos de aproximadamente dois meses entre cada inauguração, expandindo de 21 para 33 unidades. No entanto, a desaceleração no ritmo de aberturas deste ano não implica em estagnação no faturamento. Muito pelo contrário, a empresa espera um crescimento de cerca de 27% para 2024 e, nos próximos cinco anos, a meta é dobrar sua receita, atingindo o marco de R$ 2,8 bilhões. Esse avanço será impulsionado por uma estratégia de captação de novos investidores.

 

Quem conta é Bernardo Gomes, CEO do St Marche, em entrevista exclusiva para a SA+ Ecossistema de Varejo. “Queremos também ampliar a nossa omnicanalidade. Atualizamos o site e o aplicativo, que serão lançados em breve, e em 2025 implementaremos a funcionalidade de compras via WhatsApp". O CEO ainda comentou sobre as inovações aplicadas no Empório Santa Maria, que hoje possui duas unidades. A marca passou por uma reformulação com apoio de uma consultoria externa, com destaque para a reinauguração do café e implementação de 16 novos sabores de massas frescas. 

 

Planos para 2025

 

No próximo ano, a expansão do canal digital será um dos principais focos. Atualmente, esse segmento representa cerca de R$ 100 milhões no faturamento – aproximadamente 9,09% do total. Porém, com as reformulações e os lançamentos, a expectativa é que o faturamento do canal cresça pelo menos 50%, atingindo uma contribuição acima de 10% na receita.

 

O ano que vem também será marcado pelos aprimoramentos no programa de fidelidade, com o lançamento do Marche Prime, um nível acima do Você Marche. Além disso, a empresa espera retomar a expansão, com até três inaugurações na capital paulista. Porém, a chegada para outras praças não está nos planos imediatos.

 

“Temos 31 lojas na Grande São Paulo, uma em Campinas e outra em Santos. Planejamos abrir mais duas na cidade do interior e uma na do litoral nos próximos anos. Outras cidades onde ainda não temos unidades não estão no radar neste momento. Quando entramos em uma nova cidade, buscamos abrir múltiplas lojas para ganhar escala para fazer anúncio”, afirmou Gomes. Assim, a previsão é que, a partir de 2026, a rede abra cerca de cinco unidades por ano.

 

Qualidade e cliente no centro das decisões

 

Diante de um cenário competitivo acirrado, a estratégia do St Marche continua a de se destacar por meio da qualidade dos seus serviços. “Nos diferenciamos pela experiência. Isso envolve uma loja excepcional em termos de detalhes, como a iluminação e a música (selecionada por uma DJ), além do treinamento dos colaboradores”, explica Gomes. 

“Queremos encantar o cliente, como a Disneylândia, colocando-o no centro das decisões, sem deixar nenhum detalhe escapar”, complementa. 

Para garantir a excelência, Gomes visita as lojas toda quinta-feira, acompanhado de Carina Bandeira, diretora de operações da empresa. “Assim que estaciono o carro, vejo se a música está tocando corretamente, se o manobrista está uniformizado, se há lixo no ambiente e como estão as paredes e lâmpadas. Dentro da loja, o nível de atenção aos detalhes é igualmente rigoroso.”

 

Os perecíveis também são centrais nessa estratégia, encantando o consumidor seja com itens frescos ou de produção própria. Categorias da mercearia também são destaque como o azeite, chocolate, café, massas e molhos. 

 

O impacto das “bets” no segmento premium

 

Além do cenário competitivo, atualmente as apostas online têm se tornado uma preocupação. Diferente dos atacarejos que tem boa parte dos seus consumidores diretamente afetados pelas apostas, o St Marche tem visto a influência da prática de outra forma. “O que ocorre é o endividamento de nossos funcionários, que pedem para serem demitidos em busca do adiantamento do 13º, férias e mês de aviso prévio, e assim quitar suas dívidas”, conta Gomes. 

 

“Outra parcela afetada são os nossos clientes que são donos de alguma empresa, como padarias, lojas de moda, posto de gasolina entre outros. Com a queda nas vendas para seus respectivos públicos, esses empresários consequentemente têm menos dinheiro para gastar em nossas lojas”.

 

Retail Media

 

Estratégias de mídia digital no piso da loja estão em fase inicial no St Marche. Gomes reconhece como é fundamental implementá-la e adianta que estão avaliando as melhores formas de expandir a prática nas lojas. A expectativa é que todas as unidades já tenham telas com propagandas de parceiros até fevereiro do próximo ano.