10/08/2025
Quando o “Morango do Amor” vira estratégia: o que tendências virais ensinam ao varejo alimentar
POR Barbara Fernandes
EM 08/08/2025

Foto: Adobe Stock
O impacto das redes sociais no consumo dentro do varejo alimentar vai muito além de divulgar novas lojas, promoções ou estreitar o relacionamento com o cliente. Com o avanço acelerado de tendências virais, capazes de mudar padrões de compra em questão de dias, cabe aos varejistas enxergar essas plataformas também como ferramentas de previsão e gestão. Mais do que acompanhar o buzz, é preciso identificar sinais antecipados de alta demanda para ajustar preços, reforçar estoques e evitar rupturas antes que o consumidor perceba a falta do produto.
Um exemplo recente que tem tomado os feeds é o Morango do Amor. A sobremesa que viralizou no TikTok e no Instagram tem feito a demanda pela fruta aumentar significativamente. Para se ter uma ideia, dados da Asserj (Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro) mostram que a procura pelo morango cresceu até 170% em algumas redes. A busca por corantes alimentícios vermelhos também aumentou, com variações de até 42% nas vendas.
No Hortifruti Natural da Terra, por exemplo, a venda de morangos aumentou 71% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já uma das unidades do Supermarket viu um crescimento de 40% da fruta.
Para supermercadistas, o recado é claro: monitorar redes sociais é estratégico, quase tanto quanto acompanhar relatórios de vendas. Plataformas como TikTok e Instagram são, hoje, vitrines de consumo em tempo real, e funcionam como indicadores capazes de evidenciar movimentos do mercado. Algumas redes internacionais já utilizam inteligência artificial para rastrear conteúdos virais e alinhar compras, promoções e comunicação de forma ágil.
No cenário atual, ignorar as mídias sociais como fonte de inteligência de mercado é renunciar à competitividade. Afinal, um vídeo de 30 segundos pode ser o gatilho para semanas de estoque escoando mais rápido do que o previsto — ou para prateleiras vazias diante de um consumidor disposto a pagar mais pelo produto da vez.
Notícias relacionadas

GPA reduz o prejuízo líquido em mais de 60% no semestre e descontinua plano de expansão

A nova encruzilhada do varejo alimentar

Mais uma varejista regional adquire unidade da bandeira Nacional

Mudança no perfil de jovens e informalidade desafiam contratações no varejo alimentar
Barbara Fernandes
Repórter