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18/02/2025
Galeria de lojas e ampliação de serviços são a aposta da vez para os atacarejos
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 13/02/2025
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Foto: Adobe Stock
O atacarejo é um dos formatos que tem marcado a expansão do varejo alimentar brasileiro. E cada vez mais, essas lojas estão aderindo serviços para capturar a parcela de consumidores PF. Exemplo disso é o aumento significativo de padarias e açougues nesses negócios.
Para se ter uma ideia, um levantamento da NielsenIQ indica que de um total de 1.500 lojas no formato 55% já possuem açougue com atendente, 30% com padaria, 30% com adega e 98% com hortifrúti. Porém apenas 3% possuem todos esses serviços ao mesmo tempo.
Além disso, as unidades que seguem esse formato também têm incluído galerias que reúnem diversos comércios anexos, até mesmo academias e restaurantes. Algumas dessas alamedas de lojas foram herdadas na conversão dos hipermercados em atacarejos, porém atualmente esses espaços já são contemplados em muitos projetos de cash & carry.
Assaí
Um exemplo é o Assaí, que das 302 lojas em operação, 104 já têm galerias (34,4%). No último ano, esses espaços registraram uma receita de locação de R$ 26 milhões – aumento de 13% ante 2023. A empresa ainda indica que realiza estudos para verificar a possibilidade de expandir essas galerias para demais unidades.
Uma das mais recentes inaugurações do grupo, no Guarujá (SP), por exemplo, tem uma área destinada para a galeria que deve começar a funcionar no próximo mês e foi a primeira que incluiu esse espaço na concepção do projeto.
Além disso, a ampliação de serviços tem se destacado nos resultados da empresa. No 3º trimestre de 2024, por exemplo, metade dos estabelecimentos já ofereciam padaria, açougue o empório de frios na mesma unidade, e a tendência é que a maioria das lojas tenham ao menos um desses serviços. Isso porque eles já representam aproximadamente R$ 4 bilhões no faturamento (em 2024, até o dia 31 de outubro), e participação de 33% nos tíquetes.
Na época, a empresa anunciou que iria implementar até 43 serviços, e, em 2025, a expectativa é de mais 137 em 80 lojas.
“Temos quase 300 lojas, o que é um potencial para 900 serviços (padaria, açougue e empório de frios), e esperamos fechar 2024 com mais de 600. Porém, não pretendemos alcançar o máximo desse potencial. Existem lojas pequenas que não vão comportar os três serviços”, explicou Vitor Fagá de Almeida, vice-presidente de finanças e relações com investidores do Assaí em novembro do último ano. “A implementação depende da disponibilidade de espaço, cronograma de reforma das lojas e alvará”, complementa. Fagá também conta que as despesas com essa implementação não afetam a estrutura principal, pois trazem mais receita.
Atacadão
A estratégia também foi adotada pelo Atacadão, do Grupo Carrefour. Hoje, das 379 lojas, 79 já possuem galerias comerciais (20,8%). A primeira galeria na bandeira foi aberta a mais de 10 anos, em 2013.
Para decidir quais unidades são viáveis para a expansão desses comércios, a empresa realiza uma série de pesquisas junto aos consumidores. O Grupo também tem percebido uma aderência maior com locação para academias, que aumenta tanto o fluxo das lojas quanto das próprias galerias.
Max Atacadista
O Max Atacadista, do Grupo Muffato, também aderiu à instalação de academias em suas alamedas comerciais. Uma das filiais inauguradas recentemente na capital paulista já possui uma Smart Fit com quase 2.000 m². O espaço também possui parcerias com o McDonald’s, Bob’s e a farmácia Clamed.
Das 58 lojas que operam sob a bandeira atualmente, 90% já possui alamedas comerciais.
Contudo, apesar dessa expansão e da ampliação de serviços nas lojas, a empresa ainda vê como principal atrativo da marca os preços baixos. Isso porque, para eles, os avanços na prestação de serviços no atacarejo aumentam o custo de operação, o que pode afetar a diferença de preço com o supermercado, deixando as lojas de cash & carry descaracterizadas.
Avanço contínuo
Segundo analistas, essas mudanças nos atacarejos têm como objetivo aumentar os gastos dos consumidores e número de visitas nas lojas, assim como incentivar a fidelização.
Apesar dos investimentos, em 2024 as vendas dos atacarejos no Estado de São Paulo (maior praça) avançaram apenas 3,35% – abaixo do crescimento dos supermercados, que cresceram 5,24%, e dos resultados do próprio formato em 2023, de 4,42%.
Contudo, quando considerado o número total de lojas, as vendas nos atacarejos paulistas cresceram 9,68% em 2024 em relação a 2023, acima dos supermercados que avançaram 7,59%.
Fato é que hoje o número de atacarejos que se concentram apenas no preço baixo dos produtos está caindo, a tendência do momento é a diferenciação e a captura de clientes PF com cada vez mais serviços e comércios anexos.
Fonte: Estadão
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