10/08/2025
Dos grandes aos pequenos varejistas, inteligência artificial ganha espaço no setor
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 06/08/2025

Foto: Divulgação
O uso de inteligência artificial (IA) no varejo brasileiro tem deixado de ser uma aposta para se consolidar como ferramenta integrada à gestão. Aplicada a setores como atendimento, logística, vendas e planejamento, a tecnologia contribui para a otimização de recursos e o aumento da produtividade.
Um estudo da Accenture aponta que a IA generativa pode elevar a produtividade entre 11% e 17% em diferentes setores econômicos.
No Brasil, grandes varejistas alimentares já utilizam a ferramenta em diferentes frentes. Com mais de 300 lojas em 24 estados, o Assaí utiliza IA em áreas como precificação, logística, abastecimento e automação de processos administrativos. A rede soma mais de 70 projetos ativos com foco na tecnologia. No atendimento ao cliente, a assistente virtual Sol responde por até 80% das demandas recebidas pelo SAC.
A companhia também investe em capacitação interna para apoiar a transformação digital. Entre as ações estão treinamentos, eventos como o Assaí Tech e parcerias com instituições de ensino.
Já no GPA, a inteligência artificial é utilizada para prever a demanda regional de produtos, ajustando estoques e pedidos. A ferramenta também otimiza o roteamento das entregas, reduzindo custos logísticos e o tempo de deslocamento.
Outro uso está na identificação de padrões de consumo, que contribuem para a gestão de categorias e o planejamento de promoções. Desde a adoção, a rede registrou queda nas rupturas e aumento da precisão dos pedidos.
Tecnologia também chega aos pequenos
O acesso à IA não se limita às grandes empresas do setor. A popularização de soluções no modelo SaaS e ferramentas plug-and-play abriu caminho para pequenos e médios varejistas.
“Hoje, um pequeno varejista pode assinar um sistema de CRM com IA, um chatbot inteligente para WhatsApp ou uma plataforma de previsão de demanda, tudo com baixo investimento”, afirma Kenneth Corrêa, professor da FGV. “O diferencial do pequeno é a agilidade. Ele pode testar rápido, medir resultados e ajustar.”
Para Edson Kawabata, sócio-diretor da Peers Consulting & Technology, “a IA já tem impacto em lojas menores, particularmente quando a incorporação se faz por meio de provedores de serviços com escala suficiente para diluir investimentos e recursos”.
Próximos passos da automação
Estudos da Bain&Company indicam que as áreas com maior potencial de eficiência incluem atendimento ao cliente, gestão administrativa, marketing, jurídico e abastecimento.
A expectativa é que agentes de IA passem a interagir entre si para realizar negociações, prever demanda e ajustar sortimento de forma coordenada.
“Em vez de soluções isoladas, teremos redes de agentes inteligentes coordenando a operação como uma ‘organização cognitiva’. Um negocia preços, outro prevê demanda, outro ajusta o sortimento”, explica Corrêa.
Fonte: Exame e SA+ Ecossistema de Varejo
Notícias relacionadas

Lucro bruto do Assaí aumenta 7,8% e alcança R$ 3,2 bilhões no 2º trimestre

GPA reduz o prejuízo líquido em mais de 60% no semestre e descontinua plano de expansão

Marcas próprias devem ultrapassar marco de R$ 5 bi no GPA até 2028
