25/06/2025
Avanço das redes associativas exige profissionalização e integração
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 25/06/2025

Foto: Adobe Stock
O modelo de redes associativas e centrais de negócios, estruturado para unir pequenos e médios empresários e ampliar a competitividade, formou mais de 500 redes no Brasil nos últimos 25 anos, com presença em setores como supermercados, farmácias, materiais de construção, autopeças e móveis.
Embora reconhecido como alternativa para o fortalecimento de PMEs, o formato ainda enfrenta barreiras para se consolidar diante das transformações do mercado.
De acordo com levantamento da FDC (Fundação Dom Cabral), em parceria com a empresa de tecnologia Área Central, 73% dos especialistas e gestores entrevistados acreditam que essas redes devem crescer nos próximos anos. Outros 20% veem possibilidade de estagnação, e 6,7% projetam queda.
O estudo destaca entraves estruturais que ameaçam o desempenho do modelo, como fragilidades na gestão e na governança, baixa coesão entre os associados, barreiras jurídicas e fiscais, transformações no comportamento do consumidor, limitações financeiras e desafios tecnológicos.
Entre as ações prioritárias para o fortalecimento das redes estão a profissionalização da gestão, adoção de visão estratégica de longo prazo, entendimento profundo das demandas dos associados, melhoria na comunicação, investimento em inovação e desenvolvimento de uma cultura colaborativa.
“O predomínio da percepção de crescimento sinaliza que, se bem orientadas, as redes poderão se fortalecer como modelo de negócio e alternativa para PMEs em um mercado cada vez mais exigente”, afirma Douglas Wegner, professor da FDC responsável pelo estudo.
A tecnologia aparece como elemento central para o futuro dessas organizações. Além de automatizar processos e facilitar a análise de dados, também é vista como ferramenta essencial para a integração entre os associados e o alinhamento estratégico.
Para Wegner, investir em digitalização e sistemas de gestão deixou de ser diferencial competitivo e passou a ser pré-requisito para a permanência no mercado.
Apesar do crescimento observado, o engajamento dos associados continua sendo um desafio. Segundo o especialista, promover intercooperação e ganho de escala pode ampliar a oferta de serviços, gerar mais valor e permitir que as redes se posicionem melhor frente às exigências do mercado.
“O futuro das redes e centrais de negócios está nas mãos dos empresários que delas participam. Cabe a eles adotar o caminho da profissionalização, da inovação, da tecnologia e do crescimento”, conclui Aline Michelin, COO da Área Central.
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