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Digitalmente conectada e fortemente influenciada pelas redes sociais, a Geração Alfa — formada por nascidos entre 2010 e 2024 – já tem um impacto alto no consumo das famílias do País. Isso porque 88% dos lares brasileiros têm decisões de consumo em supermercados influenciadas por crianças e adolescentes.

 

Diferente das demais gerações, incluindo a Z (nascidos entre 1996 a 2009), esses jovens não tiveram contato com tecnologias analógicas e nunca viram um mundo sem redes sociais. Por isso, mais do que ninguém, eles estão acostumados a transitar entre o digital e físico e esperam propostas personalizadas e interativas. 

 

O desafio então é trazê-los para as lojas físicas, considerando que boa parte de suas decisões ocorre no ambiente digital. Para Sérgio Czajkowski, doutor em Administração e professor de pós-graduação da Universidade Positivo (UP), a forma mais eficaz de conquistar essa geração é por meio da abordagem Y. 

 

Trata-se da adaptação de uma mesma mensagem para impactar dois públicos conectados, mas com características distintas. “O setor deve combinar tecnologia e personalização. Como eles estão familiarizados com dispositivos digitais desde cedo, é importante investir em aplicativos interativos, programas de fidelidade gamificados e atendimento individualizado”, explica Czajkowski.

 

Outro fator importante segundo o especialista é a transparência na jornada de compra e a comunicação responsável com os pais, que, no final das contas, são os decisores financeiros. Nesse sentido, o professor sugere oferecer opções saudáveis e sustentáveis, por exemplo.

 

Czajkowski também salienta que a Geração Alfa anseia pelo mesmo nível de personalização do digital no físico. Isso inclui recomendações de produtos e interações ajustadas para seu perfil.

 

A conveniência também é um fator vital para esses adolescentes e crianças que valorizam acesso rápido e processos ágeis. Portanto, lojas que oferecem retirada rápida de produtos comprados on-line são bem avaliadas por esse público, que muitas vezes prefere um atendimento sem interação direta com funcionários. Além disso, diferentemente das gerações anteriores, eles apreciam espaços interativos dentro das lojas, onde podem explorar e testar produtos de forma divertida e educativa, e essa é uma oportunidade criativa para campanhas de trade marketing fugirem do óbvio. 

 

Em relação a isso, Cida Oliveira, gerente de marketing do Grupo Tacla, comenta que estamos no momento de abraçar o potencial disruptivo desses consumidores sem abrir mão da criatividade, autenticidade e sustentabilidade. “A Geração Alfa valoriza o amplo acesso a produtos e  formas de interação que integrem o físico e o digital. O consumidor espera mais, e é exatamente isso que o mercado precisa oferecer. Estamos em uma nova era, e compreender e se adaptar às gerações que moldam o futuro é essencial”, finaliza Cida.