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11/02/2025
Risco de apagão de energia elétrica exige medidas rápidas dos supermercados
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 22/09/2021
Foto: Leo Lara
Depois de 20 anos, o Brasil está novamente na iminência de vivenciar um apagão de energia elétrica e, num momento ainda mais crítico que o anterior. Isso ocorre porque o País está passando pelo pior período de seca dos últimos 91 anos, que deve durar pelo menos até novembro.
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A falta de água compromete o sistema operacional das usinas hidrelétricas, que correspondem a 60% da matriz energética do Brasil. Diante disso, a chegada do verão e a perspectiva de retomada da economia, após o isolamento social, podem levar ao colapso do sistema elétrico.
Por conta desse risco de falta de energia, a conta de luz já subiu duas vezes este ano e, não está descartado novos aumentos. Na próxima sexta-feira, dia 24/09, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulga a bandeira de energia de outubro.
Em junho, houve um aumento na bandeira vermelha, que passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 para cada 100 quilowatts consumido por hora, o que significou um aumento de 52% na taxa. No dia 31 de agosto, foi criada uma nova classe, a bandeira preta, chamada de “escassez hídrica”. O valor da nova bandeira tarifária é de R$ 14,20 pelo consumo de 100 kWh, o que representou uma alta de 49,63% sobre a taxa anterior. “Isso gera um aumento na conta de setembro na ordem de 7%”, explica Marcelo Varlese, diretor de vendas da GreenYellow, acrescentando que a energia tem sido um dos responsáveis pelo avanço da inflação.
Para o gerente de eficiência da Mitsidi Projetos, Hamilton Ortiz, essa crise é a ponta do iceberg de um problema bem mais profundo, pois já tivemos crise em anos anteriores, e a falta de chuva sempre ocorre. “Isso é consequência de uma série de questões e da falta de responsabilidade no consumo de energia. Tanto o governo quanto o consumidor têm responsabilidade sobre isso”, avalia Ortiz.
Para o executivo, a volta do “Horário Verão” seria positiva neste momento, mesmo com um ganho de consumo pouco relevante. “Essa é uma das pautas que estamos defendendo, não como uma bala de prata, mas é uma medida que contribui. Alguns representantes do setor privado estão apoiando a volta dessa medida”, afirma. Ele lembra que no início o “Horário de Verão” trouxe um resultado mais significativo, mas foi diminuindo. “Com o tempo passou a trazer um resultado menor, mas não é porque diminuiu que deve ser jogado fora. Poderia contribuir com ganho de 2% a 3% do consumo elétrico do País. Não é tão relevante, mas ajudaria a passar essa crise”, pondera.
Vilões do setor supermercadista
Diante deste cenário de racionamento de energia e até um possível apagão, o que, por enquanto, tem sido descartado pelo governo, o diretor da Testari Energia, Marcos Dalecio, ressalta que os supermercadistas precisam tomar pequenas atitudes para evitar o desperdício de energia e ainda contribuir para a redução no valor da conta. Ele lembra que a energia elétrica é o terceiro maior custo dos supermercados, ficando atrás apenas da aquisição de produtos e da mão de obra. Dalecio ressalta ainda que o maior gasto de energia são os compressores de refrigeração. “O motor do equipamento é o maior peso no setor elétrico. Pequenos ajustes podem ajudar a reduzir este custo”, ressalta.
Ortiz também defende que os compressores são o “coração” da loja e precisam receber atenção e manutenção constante. Para ele, em termos gerais, a energia deve estar entre 8% e 10% das despesas gerais dos supermercados. “O porcentual é alto e poderia cair para algo em torno de 6% com pequenos ajustes, como a substituição de equipamentos antigos”, avalia.
Veja algumas dicas para evitar desperdício de energia no seu supermercado:
- Utilização de energia solar fotovoltaica em novas construções
- Migração para lâmpadas de led
- Manutenção preditiva e corretiva dos freezers e das câmaras frias e compressores
- Instalação de claraboia para aproveitamento de luz natural
- Otimização de ar condicionado
- Fechamento de balcões e ilhas
- Ajustes na área fria
- Pintar o telhado de branco
- Instalação de uma antecâmara para evitar que o ar quente entre na câmara fria
- Não colocar forno perto da câmara fria, entre outros
“A parte fria do supermercado que envolve ar condicionado, expositores de congelados e resfriados e as câmaras de armazenagem, são as áreas mais criticas do supermercado. Daí a necessidade de focar nelas. Lógico que tem chance de desperdício em todos os sistemas, mas onde tem mais criticidade é no frio e no ar condicionado”, conclui Ortiz.
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