ÚLTIMAS NOTÍCIAS
01/06/2025
Quando buscar no mercado executivo para liderar a empresa familiar
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 14/07/2020
Optar por um profissional do mercado para liderar uma companhia não é tarefa fácil. Os donos e herdeiros sabem disso. Mas quando a decisão é racional e a execução bem planejada e conduzida, o resultado surpreende favoravelmente.
[noticiasRelacionadas]
Segundo Gustavo Sette (foto abaixo), consultor de empresas familiares, com certificação internacional pela FFI (Family Firm Institute), o profissional de mercado pode ser a melhor solução em várias situações: continuidade da empresa, preservação do patrimônio, novo sócio ou investidor (que quer mudança no comando), gestão profissionalizada para vender a companhia ou formação, entre os herdeiros, do futuro presidente e dos futuros diretores.
O consultor ressalta, contudo, que se trata de um processo demorado, com várias etapas e compreensão do tempo emocional de cada fundador e familiar. A pressa, nesse caso, pode gerar estresse excessivo, atrapalhar a empresa e a relação familiar, além de inviabilizar a própria transição ou levá-la ao fracasso.
Confira as observações de Gustavo Sette, fundador da Generations , consultoria de empresas familiares com certificação internacional pela FFI (Family Firm Institute:
RELAÇÃO COM O FORNECEDOR
DONO
Deve resistir à tentação de atropelar o novo executivo e entender que a relação com alguns fornecedores pode tropeçar, inclusive com antigos aliados. Mas há um porém: o novo CEO pode se tornar o “bad guy” que o fundador precisa para desfazer acordos ruins.
EXECUTIVO PROFISSIONAL
Como tem de apresentar resultados, precisa defender com firmeza suas decisões (baseadas em dados). Afinal, foi contratado para isso. Entretanto, se o dono insistir em proteger um fornecedor com participação pequena nas vendas, talvez o melhor seja evitar o embate e manter um crédito para ‘brigas’ futuras, mais importantes.
SABOTAGEM
Como é difícil realizar a transição, muitas vezes o empresário apenas finge a si mesmo que quer profissionalizar a companhia. Inconscientemente boicota o novo CEO e detona a gestão profissionalizada. Normalmente o dono ocupa a presidência do Conselho. Porém, quando é autoritário e cercado de conselheiros subordinados ou imaturos, as mudanças acabam não acontecendo. Convém que o Conselho tenha pessoas independentes e experientes.
PRESTÍGIO ABALADO
A empresa familiar é comparável a uma teia de aranha. A aranha fica no centro e, quanto mais perto se está dela, maior poder se tem. A aranha é o executivo familiar. Quem tem relação direta com ela não gosta de perder seu prestígio. A empresa precisa desenvolver um plano para lidar com essa realidade.
REQUISITOS
Paciência e determinação são as regras desse jogo
PARA O DONO DA EMPRESA
Quem está no controle precisa, de verdade, apoiar a mudança
Definir a governança corporativa; criar um Conselho Consultivo com autoridade para liderar e promover as mudanças. Estas, resultado de um plano feito com a família e os profissionais da empresa
Herdeiros que atuam na empresa devem ter capacidade de trabalho em conjunto, independente dos papéis que exerçam
A empresa deve procurar a melhor opção entre os profissionais de mercado, um que complemente as habilidades dos familiares (multiplicar talentos em vez de duplicar)
O executivo de fora deve compartilhar dos mesmos valores
A seleção do profissional deve ser conduzida sem pressa e envolver os familiares que estão dentro e fora da gestão. A contratação deve ter o apoio de todos ou da maioria
Acertar previamente com o executivo os limites do seu poder e da autonomia na estratégia, na formação do time e no uso do capital
Acertar ainda os critérios de avaliação de desempenho do profissional, a sua relação com os executivos da família (quem manda em quem), as regras de remuneração fixa e variável, o plano de carreira e se virá, ou não, a adquirir ações
PARA O CONTRATADO
Ter capacidade de liderança para fazer as mudanças dentro de um escopo e um plano combinado com a família
Reunir habilidades para lidar com disputas familiares sem tomar partido
Aceitar que dificilmente será a estrela da empresa. Essa posição tende a permanecer com os donos, ciosos e vaidosos do que construíram
Ter tolerância aos obstáculos pelo caminho, pois não existem modelos perfeitos e sem fissuras
Saber escolher as batalhas – não dá para resolver todas de uma vez Respeito à cultura da empresa.
Deve entendê-la em todas as camadas da empresa e absorvê-la, mas atento ao seu papel de renovação
De maneira franca e transparente discutir com os empresários suas atribuições, metas e prazos. O contrato será o mapa do relacionamento
Ansiedade por resultados pode levar a decisões demasiadamente arriscadas. Já complacência ao modelo familiar pode emperrar a engrenagem. Ou seja, não vá rápido ou devagar demais
Leia também cases de 3 redes que contrataram executivos profissionais:
Na Rede Rondelli, sistema de cogestão gerou bons resultados
Na gestão do SuperBom, um dos segredos são os papéis bem definidos
Rede Top: executivo profissional ajudou no processo de unificação da central
Quer ter acesso a mais conteúdo exclusivo da SA Varejo? Então nos siga nas redes sociais: LinkedIn , Instagram
e Facebook !
Notícias relacionadas

Ex-vice-presidente da Nestlé assume posto de CEO da Tirolez

Grupo Vanguarda inaugura projeto para valorização da agricultura familiar em sua rede de supermercados

Quase metade das empresas familiares são comandadas por herdeiros de 2ª e 3ª geração
