Peixes e azeite também fazem a Páscoa. E geram boa margem
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 22/02/2023
Além do tradicional bacalhau para um público mais abastado, a tilápia deverá ser o peixe mais consumido. A espécie, que já rompeu a barreira da Quaresma, segue conquistando mais adeptos. Tudo indica que aumento nos preços deve elevar o faturamento de pescados, mas conter o volume de vendas. Fatores climáticos, que reduziram a oferta de tilápia e camarão no Brasil, e fatores econômicos como a instabilidade no dólar, que elevou o valor de importação de salmão, bacalhau, panga e merluza, explicam a estimativa.
Vale lembrar, contudo, que a tilápia conquistou o paladar do consumidor de quase todas as classes sociais e o salmão pode ser vendido em quase todos os formatos de loja. Isso graças à variedade de gramatura e de cortes, nobres ou com vísceras e cabeça, com ou sem pele. Já o camarão ganhou participação expressiva nas vendas dos últimos anos pelo aumento da distribuição dos produtos no varejo e a estagnação de preços nos últimos dois anos em relação às outras proteínas. “Os peixes nativos nacionais, sobretudo do norte do País, também são atrativos por garantir menor desembolso ao consumidor, principalmente na opção filé”, afirma Rafael Rocha, diretor comercial e de marketing da Bem Fresco. Ele cita as espécies Piramutaba, Surubim, Tambaqui, Pescada Gó, Aruanã, Mapará.
A tilápia e o bacalhau são os queridinhos, mas espécies como salmão e camarão também são buscadas, além de peixes nativos nacionais, com preços mais atrativos
Foto: Divulgação
Fartura e praticidade
A Bem Fresco traz uma edição especial Amazônia, com pescados de 500 g como costela com lombo de tambaqui e filé de surubim, além dos filés de truta rosa e branca com pele em 400 g
Páscoa recheada
25% em valor É o crescimento projetado pela Bem Fresco para esta Páscoa devido ao incremento no portfólio
A Bem Fresco também possui linhas consagradas, como a Seleção do Chef, composta por salmão, camarões e outros produtos, e a Q-Pescado, com peixes como Pescada Go, Piramutaba e Tilápia. Por enquanto, a distribuição é feita apenas em Minas Gerais e Espírito Santo, mas em 2024 chegará a outros Estados.
Foto: Freepik
Proteína barata para crescer a categoria
Além da tendência de alta no consumo de carnes mais saudáveis, o mercado de pescados aposta nos peixes nativos regionais, mais baratos, para ganhar espaço na mesa do brasileiro não só na Quaresma, mas ao longo do ano, com incremento das novas espécies e investimentos no beneficiamento dos pescados para elevar a produtividade e reduzir custos. Rafael também aposta na elevação da capacidade produtiva fomentada por mudanças do Governo Federal a fim de elevar as outorgas de áreas para produção em cativeiro.
Consumo de peixe
10 kg/hab/ano média de consumo no Brasil
12 kg/hab/ano média recomendada pela FAO/ONU
10 kg/hab/ano média global de consumo
Fonte: Bem Fresco
Sortimento local
Sem colaboração com o varejo não existe sortimento ideal, acredita a Bem Fresco. Por isso, a empresa analisa o histórico de vendas do parceiro, o tamanho da loja, seu público-alvo e a região em que se encontra. “A questão cultural das espécies é algo muito presente nessa categoria”, alerta o diretor comercial/marketing. Segundo Rafael, as espécies variam de região para região e por isso a empresa acumula informações do mercado e trabalha com um mix amplo que auxilia os varejistas na definição do sortimento. “Propomos os peixes mais indicados para o público, bem como os cortes e tamanhos de embalagens adequados. Das demais espécies, fazemos recomendações pontuais observando as características da região”, comenta o executivo.
Recomendação de SKUs por formato
- Lojas de vizinhança: porções de 250 g e 480 g com foco em alto giro – tilápia, salmão, merluza e camarão. Privilegiar também SKUs com menor desembolso
- Atacarejos: opções de filés de 800 g a 2 kg, com poucos itens premium e foco em embalagens maiores, voltadas para o foodservice
- Supermercados: boa variedade de cortes e embalagens: das menores às de 800 g a 1 kg
“Como o consumidor tem pouco conhecimento da categoria, não é indicado confundi-lo com excesso de itens nem oferecer pouquíssimas opções. O equilíbrio é a chave para encantar o consumidor”
RAFAEL ROCHA - Diretor comercial e de marketing da Bem Fresco
Bacalhau e peixes pedem...?
Na certa, azeites. As vendas aumentam durante a Quaresma e as indústrias se engajam num trabalho junto com o varejo para encantar o consumidor. A Páscoa é o maior momento de consumo da categoria. O produto deverá ter o maior volume de vendas ao longo do ano.
Azeites em alta
80% do volume participação do azeite extravirgem no mercado
40% de aumento nas vendas de azeite é a perspectiva da Vale Fértil para a data
Fonte: Cargill/Vale Fértil
Uma das principais fornecedoras de azeite, com as marcas Gallo, Andorinha e Borges (extravirgem e tipo único), a Cargill desenvolve um trabalho para auxiliar o varejo nas decisões e nas vendas. Neste ano, terá foco na marca Borges para incrementar o sell out. Vai implementar campanhas com receitas e ação de influenciadores em todas as redes sociais, além de templates exclusivos com temática de Páscoa. Também reforçará sua recomendação de sortimento para evitar ruptura e garantir melhores vendas.
Foto: Divulgação
Recomendação de sortimento
Lojas de vizinhança e atacarejos: propõe azeites tipo único e extravirgem de 500 ml e 250 ml
Supermercados: os mesmos produtos, além dos orgânicos e azeites marcantes e frutados
Já a Vale Fértil, outra indústria importante no segmento, passou por um processo recente de classificação para mostrar os diferenciais de cada um de seus produtos. As embalagens, inclusive, já ganharam novos rótulos com a classificação.
Novos rótulos com a classificação
- Suave: Argentino em PET com família de azeites (acidez até 0,8%) – 7ml/ 500ml / 2L. Frutado suave, notas que remetem a sabor de amêndoa e manteiga
- Clássico: Argentino em vidro (acidez até 0,5%) – 250ml e 500ml. Herbáceo, maçã, notas que lembram as azeitonas verdes moídas na hora
- Intenso: Espanhol em vidro (acidez até 0,5%) – 250ml/ 500ml/ 2litros. Frutado, com fortes características antioxidantes. Aroma intenso. Na boca, destaca a sensação picante e amarga
Azeitonas também prometem resultados
A Vale Fértil reformulou as azeitonas recheadas com pimentão, aumentando o seu valor agregado. O pó do pimentão foi substituído por vegetais in natura na produção do recheio, conferindo ao produto um sabor mais intenso. Segundo Lauren Vicki, supervisora de qualidade da empresa, a pasta de pimentão, introduzida ainda líquida nas olivas, preenche toda a cavidade onde antes estava o caroço, deixando as azeitonas mais recheadas. Elas são vendidas em vidros de 200g e 360g. Além do pimentão, a empresa conta com olivas recheadas com alho, salmão, queijo azul, anchova, presunto ibérico e limão.
Foto: Divulgação
Expectativa de crescimento
20% de aumento nas vendas de azeitonas pretas, as mais consumidas, é a projeção da Vale Fértil para a Páscoa
As azeitonas ganharam ainda mais valor agregado com reformulações e novas versões, impulsionando seu potencial de vendas no período
Matéria originalmente publicada na edição de Janeiro/Fevereiro da SA Varejo .
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