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18/02/2025
Grupo Mateus deve ter melhor resultado dentre varejistas
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 21/07/2023
Foto: Assaí
Segundo análise de especialistas, o varejo alimentar deverá trazer resultados pouco animadores no 2º trimestre de 2023. Dentre os grandes varejistas, o Grupo Mateus se destaca por ter possíveis melhores resultados com um um trimestre “relativamente positivo”, que apresenta números e faturamento consistentes, em um cenário competitivo mais suave.
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Além do Grupo Mateus, outras companhias como Carrefour, GPA e Assaí estão sendo afetadas pelo cenário macroeconômico marcado pela menor inflação de alimentos nos últimos meses, algo pouco positivo para os seus negócios.
Em outras palavras, segundo especialistas, com o preço dos alimentos em queda ou estáveis, o faturamento das redes tende a ser impactado com um crescimento inferior.
Esta inflação impulsiona as receitas tanto para o varejo quanto para o atacarejo, sendo que no último citado, os preços elevados fazem com que os consumidores procurem mais pelo segmento cash & carry.
Em entrevista para o InfoMoney, a Genial Investimentos comentou que apesar da desinflação ser positiva para o consumidor, provavelmente não haverá uma recuperação no volume das compras. Assim, sem a compensação em volume, a inflação reduzida só irá normalizar a cadeia de consumo dentro de um curto prazo e com um trade up do consumidor entre os atacarejos e supermercados.
A empresa ainda discorre sobre o cenário para os comerciantes que realizam compras com o intuito de abastecer seus negócios, que em tempos de inflação mais elevada fazem estoques maiores de produtos para driblar o aumento de preços das gôndolas. Porém agora, com a baixa na inflação alimentar, outra postura de consumo será adotada com estoques abaixo do normal para aproveitar a redução de preços nas gôndolas.
Dentre as grandes redes, o Genial comenta que o Carrefour tende a sofrer mais com esta questão por estar mais exposto ao B2B (business to business). Outros especialistas destacam que o aumento de competição no setor de atacarejo, principalmente no Sudeste, com o Atacadão do Carrefour e o Assaí pode derrubar as vendas. Algo explicado pelo fato de que os consumidores acabam se dividindo entre as unidades. Este fator também impulsiona os bons resultados do Grupo Mateus, que não enfrenta o mesmo cenário de competitivo na região do Nordeste.
O Itaú BBA, também falou com a InfoMoney, e prevê que o Grupo nordestino terá um crescimento de 21% na receita, alcançando R$ 6,3 bilhões. Eles também acreditam que a companhia trará Ebitda de R$ 380 milhões e antecipam uma queda da margem bruta para 21,4% devido à maior penetração do atacarejo na rede de lojas e possíveis atividades promocionais.
A empresa XP Investimentos, acredita em uma margem bruta semelhante, que segundo eles ficará em 21,3%, e enxergam um Ebitda de R$ 373 milhões. Já o BTG Pactual acredita que a margem de lucro operacional ficará em R$ 471 milhões.
Já para o Assaí, segundo os especialistas, os resultados serão mais fracos. A XP vê a receita subindo 20,7% para R$ 16,03 bilhões por conta da abertura de novas unidades, enquanto o BTG acredita que a rede terá um recuo de 3,7% nas vendas das lojas e prevê um aumento na receita de 23% para R$ 16,3 bilhões, devido a conversão das unidades adquiridas pelo Extra. A empresa ainda prevê uma margem bruta estável em 15,9% e um recuo da margem Ebitda para 6,7%.
Segundo a Genial, com a adição de 50 novas lojas nos últimos 12 meses, o crescimento da receita bruta do Assaí será afetado positivamente com um faturamento bruto de R$ 17,65 bilhões.
As instituições financeiras também verificam desafios no momento para o Carrefour com as últimas expansões. O BTG espera que a margem Ebitda consolidada da rede caia 250 pontos base no ano devido à integração com o Grupo BIG e ao desempenho em sua operação de financiamento ao consumidor.
O BBA também acredita que a companhia está em um momento desafiador, entretanto acredita que a receita irá avançar 7,2% neste ano para R$ 25,7 bilhões. O Genial acredita que este será o trimestre mais fraco para a rede.
O BTG, o BBA, a XP e o Genial têm suas projeções de Ebitda fixadas para a rede, respectivamente, em R$ 1,2 bilhão, R$ 1,08 bilhão, R$ 1,1 bilhão e R$ 1,1 bilhão.
Por fim, o GPA traz resultados mistos. Segundo a XP as vendas líquidas devem crescer em 17% em relação ao ano anterior, com forte desempenho em todas as marcas, exceto a Compre Bem. Entretanto, do lado negativo, a lucratividade deve ser impactada pelo reposicionamento de preço com a margem bruta caindo para 24,44% devido ao cartão Pão de Açúcar e de ajustes em estoques herdados pelo Extra. Porém a margem Ebitda irá expandir um pouco para 5,9%.
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