Cesta mais robusta: Saiba quais são os itens com maior incidência nos carrinhos da região Sul

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Lúcia Helena de Camargo e Patrícia Roque -

Dados do segundo semestre de 2022 da Horus mostram que o consumidor tem conseguido engordar suas compras com itens de maior valor, como carne bovina, e ainda dar espaço para alimentos indulgentes

Carne bovina, biscoitos e leite condensado foram as categorias de produtos que tiveram maior incidência nos carrinhos do consumidor da região Sul na passagem do primeiro para o segundo semestre de 2022, de acordo com levantamento elaborado pela Horus . Segundo Luiza Zacharias, diretora de novos negócios da Horus, um dos fatores que explicam esse aumento é a conjuntura econômica. Embora o ano tenha começado com inflação em alta, no segundo semestre.

  • Incidência de biscoitos no carrinho do shopper ultrapassou os 30%

  • 5,3 pp variação de consumo de carne bovina

Trégua na inflação

“O segundo semestre trouxe indicadores que tiveram projeções um pouco mais positivas, com queda no desemprego e aumento da renda. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), por exemplo, registrou deflação nos meses de julho, agosto e setembro, depois de um longo período em alta”, aponta Luiza.

A melhora do emprego e da renda com a ampliação do Bolsa Família para R$ 600 são apontados pela diretora da Horus como fatores que podem ter favorecido o consumo de alimentos e bebidas no segundo semestre, especialmente em decorrência de eventos importantes, como a Copa do Mundo de futebol masculino, no final de 2022, e das festas de fim de ano.

5,79% inflação no final de 2022, depois de ter acumulado alta, em 12 meses, de 12,13% em abril/22

FLV mais caro, mas com consumo subindo

A inflação dos alimentos em 2022, de acordo com Luiza, reflete fatores como as fortes chuvas do começo do ano, que prejudicaram plantações em regiões como o Sudeste. No Sul, por outro lado, a escassez de chuvas agravou o período da seca, reduzindo a oferta de verduras e legumes. Ainda assim, a categoria frutas apresentou uma variação de 2,1 pontos percentuais (p.p.) no período analisado.

“Também houve pressão de custos. Tanto commodities como insumos ficaram mais caros durante a pandemia, elevando os gastos para a produção de alimentos”
Luiza Zacharias - Diretora de novos negócios da Horus

Vilão da inflação

Como o levantamento é elaborado a partir da comparação entre o primeiro e o segundo semestre, temos que considerar a inflação que sobrecaiu sobre os preços de alguns produtos no início do ano, como foi o caso do leite UHT, que chegou a acumular alta em 12 meses de 66% em julho, segundo o IBGE. “O leite UHT se sobressaiu como um dos vilões da inflação no ano passado. Apesar de o preço ter começado a cair em agosto, seu patamar ficou mais alto que o do início do ano”, observou a especialista.

Dentre as razões para sucessivos aumentos do leite no primeiro semestre está a alta do preço internacional das commodities, especialmente do milho e da soja, que elevaram o custo de produção do leite e de seus derivados. Além disso, houve queda na produção devido ao avanço do período de entressafra, prejudicando a qualidade das pastagens e reduzindo a oferta No Sul, por exemplo, o leite UHT passou de 16,4% no primeiro semestre para 19,3% no segundo.

“O leite UHT se sobressaiu como um dos vilões da inflação no ano passado. Apesar de o preço ter começado a cair em agosto, seu patamar ficou mais alto que o do início do ano”
Luiza Zacharias - Diretora de novos negócios da Horus

Disputa pelo bolso do consumidor

Ainda assim, a consultora sugere que os varejistas ofereçam opções de marcas com melhores preços, prestando atenção aos momentos em que o poder de compra é reduzido. Afinal, em momentos assim, a tendência é que os consumidores, privados de suas marcas preferidas, migrem para outras mais baratas, como segundas marcas ou marcas próprias de supermercados.

Essa opinião é compartilhada por Lauro Bueno, CEO da Unitrier Assessoria em Varejo e Unexx Retail Tech. Especialista em pricing e gestão de categorias de varejo, ele pontua que a diminuição do poder de compra faz com que os consumidores busquem alternativas mais acessíveis para determinadas refeições.

Em relação aos produtos de maior valor agregado, vedetes entre varejistas como caminhos para aumentar o faturamento, o especialista recomenda parcimônia na oferta diante da conjuntura econômica pouco favorável de grande parte da população. Bueno pontua ainda que, neste momento pós-pandemia, a população volta a ter uma rotina normal fora dos lares. “Com viagens, ou simplesmente comer fora e ir à academia, o orçamento acaba ficando dividido e novas prioridades são adotadas”.

Categoria destaque para 2023

Carlos Alves, diretor do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar) e vice-presidente da Associação Brasileira dos Lojistas de e-commerce (Ablec), indica que um investimento certeiro para 2023 será nas categorias ligadas a produtos de higiene, como sabonetes e cremes dentais, cujo consumo, impulsionado pela pandemia, certamente tenderá a se manter em alta. Ele ressalta que não perderá dinheiro o comerciante que investir em experiências na loja.

“O consumo mudou, o consumidor mudou, está empoderado pelo digital e cada vez mais buscando experiências personalizadas”

Fotos: Adobe Stock

 

Matéria originalmente publicada em suplemento para a região Sul na  edição de abril da    SA+    

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