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22/02/2025
Carrefour perdeu mais de R$ 2 bilhões em valor de mercado
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 24/11/2020
Foto: iStock
No primeiro dia útil após seguranças terceirizados do Carrefour espancarem e asfixiarem o cliente negro João Alberto Silveira Freitas, em uma loja de Porto Alegre (RS), a rede varejista perdeu R$ 2,2 bilhões em valor de mercado com a queda de 5,35% no valor das ações no Ibovespa.
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O efeito financeiro das cenas, descritas como "insuportáveis" pelo próprio CEO Global do Carrefour, Alexandre Bompard, respingaram até em varejistas concorrentes com capital aberto: as ações do GPA apresentaram queda de 3,97% nesta segunda-feira (23/11), enquanto no Grupo Mateus, novato na Bovespa, as perdas foram de 1,96%. Tudo isso em um dia em que o principal índice da Bolsa de Valores brasileira fechou em alta de 1,26%.
Mesmo que as perdas financeiras sejam revertidas pelo Carrefour nas próximas semanas ou meses, o mercado brasileiro pode estar assistindo a uma inédita relação de causa e efeito entre ações irresponsáveis – do ponto de vista social e humano – e prejuízo financeiro à empresa envolvida no caso.
Da pior forma possível, a ação trágica que tirou a vida de João Alberto mostra aos gestores do varejo alimentar brasileiro que não basta apenas buscar a excelência em questões comerciais e operacionais. Cada vez mais, o que se espera de empresas que fazem parte do dia a dia das pessoas é que zelem e ajudem a disseminar entre a comunidade valores primordiais à sociedade , como ética, respeito à vida e à diversidade. E que façam isso o tempo todo, mesmo nas situações mais tensas.
Setor vai discutir políticas antirracistas
Redes do varejo alimentar começaram a se movimentar para discutir, conjuntamente, a prática de políticas antirracistas. Conforme informação do jornal Valor Econômico , a questão deve ser debatida na Abras (Associação Brasileira de Supermercados) com a participação dos gigantes Carrefour, GPA e Grupo Big.
Um dos assuntos que mais tem preocupado o setor desde o caso ocorrido em Porto Alegre (RS) são as formas de melhorar o controle do comportamento de profissionais terceirizados, maioria absoluta entre aqueles que fazem a segurança nas redes supermercadistas.
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Caso Carrefour: a crise não é de uma única empresa
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