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Carrefour começa a "recriar" seu negócio global

POR Reportagem SA+ Conteúdo

EM 16/08/2018

No primeiro semestre deste ano, o Carrefour registrou lucro operacional de 597 milhões de euros, bem acima dos 548 milhões de euros previstos por analistas de mercado. O bom resultado trouxe alívio à operação global de um dos maiores grupos varejistas do planeta. Mais do que isso, abriu caminho para otimismo quanto ao sucesso do ousado plano de reformulação "Carrefour 2022", anunciado pelo francês Alexandre Bompard, CEO do Carrefour há pouco mais de um ano. desde o fim de julho, quando os detalhes do plano foram anunciados, as ações do Carrefour já subiram 11%. 

Analistas ouvidos pelo jornal Valor Econômico consideram clara a mensagem de mudança na cultura da empresa que Bompard tenta promover em uma rede historicamente considerada mais lenta e resistente a mudanças, em comparação com os concorrentes globais. Ao anunciar os resultados do primeiro semestre, o CEO falou sobre as expectativas da companhia com a reformulação proposta.“É uma mudança de modelo, para que a empresa seja realmente multiformato, e isso não apenas no ‘powerpoint’. Temos que adaptar esta cultura à mudança que estamos levando", afirmou.

Entre as metas estão a ampliação do peso do negócio digital e aceleração de inovações e parcerias globais. Nos pontos de venda físicas, está no radar ser mais competitivo em preços e melhorar qualidade. De acordo com analistas que acompanham de perto os rumos do Carrefour, na prática a companhia busca recriar seu negócio em todo o mundo.

Uma das decisões de Alexandre Bompard foi congelar contratos com diversas connsultorias que prestavam serviços ao Carrefour, entre as quais constam nomes de peso como BCG, McKinsey e Bain & Company. De acordo com uma fonte, o raciocínio do CEO é o seguinte: "se todas as consultorias estivessem acertando, não precisaríamos reestruturar o negócio". A estrutura das lojas também já começa a sentir mudanças. Distorções como ter 26 empresas apenas para fornecer gôndolas à rede estão sendo corrigidas.  

Carrefour Brasil

Sobre a operação brasileira, a matriz havia declarado estar satisfeita com ajustes realizados há seis anos. Mesmo assim, alguns têm sido enxugados por aqui. O quadro de funcionários, por exemplo, teve redução de aproximadamente três mil colaboradores desde o começo do ano passado.  A redução na equipe, segundo analisou uma fonte, não teria relação com o plano global da companhia, mas com a necessidade de conter gastos nos formatos super e hipermercados, que não conseguem crescer no ritmo da operação de atacarejo. A operação brasileira tem grande peso nos resultados do Grupo Carrefour: respondeu por pouco mais da metade do lucro da companhia entre janeiro e junho deste ano. 

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TAGS:Carrefour, Negócios, Estratégia
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