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01/06/2025
Atacarejo com cara de supermercado. Essa conta fecha?
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 29/12/2022
Foto: Divulgação Assaí
De lojas de proximidade e unidades em condomínios a hipermercados e atacarejos, o varejo alimentar é formado por diversos canais. Eles se complementam e um mesmo consumidor pode frequentar vários deles, dependendo de seu momento de compra.
Não é novidade, contudo, que o atacarejo se destaca. O formato vem crescendo duplo dígito há mais de dez anos e a agressiva expansão e conversão de lojas em 2022 levaram o modelo a responder por 50% do varejo alimentar, segundo dados da Nielsen . Ainda de acordo com a consultoria, 69% dos lares brasileiros já compram nessas lojas.
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Preço X atendimento
Fundado na Alemanha, o cash & carry foi se moldando às necessidades do brasileiro e hoje chega a ter ares de supermercado, com serviços, conveniência e um sortimento mais amplo e sofisticado. Com isso, tem se afastado cada vez mais da sua proposta inicial de valor de operar com custo baixo e praticar preços competitivos. Mas será que essa conta fecha?
Para Marcos Escudeiro, especialista em varejo, o futuro do cash & carry pode ser o mesmo dos hipermercados, que também nasceram com o objetivo de ter preços menores, mas foram agregando serviços e complexidade à operação, resultando em despesas cada vez maiores. "Preço e serviços são coisas que se contrapõem. E se formos ver as empresas que morreram, são as que não mantiveram suas propostas originais", argumenta.
Mix amplo demais
Outro aspecto crítico para o sucesso do formato, segundo Escudeiro, é o sortimento. No Brasil, há casos de redes que operam com cerca de 12.000 itens. "Para se ter uma ideia, no ano passado, a Costco [que serve de modelo para o atacarejo no Brasil], com 828 lojas e 3.600 itens vendeu US$ 200 milhões. Enquanto isso, o Sam’s Club com quase a mesma quantidade de lojas (837), mas com 4.600 itens, faturou metade disso apenas, cerca de US$ 100 milhões. Ou seja, operar com menos itens simplifica a gestão, diminui a ruptura e garante um controle maior dos custos", explica.
Para outros especialistas, essa sofisticação do cash & carry pode dar certo desde que se encontre um equilíbrio em relação aos custos operacionais. O Assaí , por exemplo, tem buscado manter o nível dessas despesas em torno de 10%, mesmo com a inclusão de novas seções e serviços.
Serviços e perecíveis para crescer
Assim como a maioria das redes de cash & carry no Brasil, o Flex Atacarejo tem como estratégia continuar qualificando as lojas. "Isso se tornou um grande trunfo do nosso negócio, pois acreditamos muito no conhecimento do cliente e precisamos oferecer aquilo que ele procura. Nos próximos anos vamos ser ainda mais eficientes, entregando maior variedade de serviços e oferecendo preços competitivos", compartilha Amilcar Pavan, sócio-fundador do Flex Atacarejo.
O executivo diz que, para agregar serviços, é preciso haver equilíbrio. "É possível rentabilizar melhor em alguns setores e proporcionar preços ainda mais baixos em categorias que acreditamos ter muito potencial”.
Outra estratégia na qual a rede aposta é a dos atacarejos compactos. "O Flex acredita muito nessa estratégia e contamos com o conhecimento do consumidor para fazer essa leitura. Mesmo que as lojas mais compactas fiquem em regiões menores, elas continuam oferecendo um bom mix de produtos e, consequentemente, praticando um preço mais atrativo e vantajoso, que é objetivo do atacarejo", conclui Pavan.
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