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Assaí volta a focar expansão orgânica com 35 novas lojas nos próximos dois anos

POR Reportagem SA+ Conteúdo

EM 28/11/2023


Foto: Arquivo SA+ Ecossistema de Varejo

Depois de dois anos de um intenso processo de conversão das lojas adquiridas do Extra Hiper, o Assaí vai voltar a se concentrar no crescimento orgânico a partir do ano que vem. A companhia vai inaugurar 15 unidades em 2024 e outras 20 em 2025, como afirmou Belmiro Gomes, CEO da empresa, durante o Assaí Investor Day, que aconteceu ontem (27/11) pela primeira vez desde a cisão do GPA, em 2020. 

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Entre as localidades onde há filiais em obras para serem inauguradas no ano que vem, estão Manaus, Macapá, Guarulhos, Osasco, São José do Rio Preto e algumas cidades do nordeste – apenas para citar alguns exemplos. O investimento previsto para 2024 ficará entre R$ 1,5 e R$ 2 bilhões

De acordo com análise da companhia, ainda existem boas oportunidades no Brasil para novas lojas. O embasamento vem do mapeamento de 91 municípios com mais 150 mil habitantes, de um total de 203, que ainda não contam com lojas do Assaí. Atualmente, a companhia só não está presente nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Pilares de crescimento

A expansão orgânica é uma parte da estratégia da companhia. Somam-se a ela rentabilização dos ativos e ampliação de canais e serviços financeiros. Na questão relativa à rentabilidade, a empresa conta com a maturação das lojas inauguradas. Só da aquisição do Extra, são 66 pontos cujas conversões terminam neste ano. 

De acordo com Daniela Sabbag, CFO do Assaí, todas as lojas inauguradas até 2021 apresentaram um Ebitda Pré-IFRS16 de 6% no 3º trimestre deste ano. Já as unidades abertas em 2022, alcançaram 4,9%; enquanto as de 2023, atingiram 0,2%. A executiva ressaltou que nesse último grupo o tempo médio de funcionamento é de apenas 3 meses, porém com 9 meses de despesas de aluguéis considerados no indicador.

Outro ponto relativo à rentabilização é o roll out das novas seções. É o caso do açougue, que começou a ser implementado em 2020 e atualmente está presente em 210 unidades da rede. Nos últimos 12 meses, foram vendidas 48.000 toneladas de carnes, o que, segundo Belmiro Gomes, equivale a aproximadamente 230 mil bois. Além disso, a nova atividade envolve cerca de 4.000 colaboradores da companhia.

Já o Empório de Frios, que comercializa esses produtos em um espaço ambientado, emprega em torno de 1.000 pessoas. Presente em 83 lojas, já somou mais de 19.000 toneladas de frios comercializados. A seção de padaria e cafeteria, por sua vez, é encontrada em 204 filiais, sendo 54 no conceito Café com Pão. Os números alcançados por esse setor são de 97 SKUs oferecidos, em média, para um total de vendas de 3.800 toneladas e 1.500 funcionários. 

Ampliação de canais e serviços financeiros

Para continuar avançando, o Assaí também pretende aumentar seus pontos de contato com os clientes, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. É por esse motivo que a companhia destaca a entrada no atacado de distribuição e a continuidade da sua presença nos canais físicos e online, por meio de parcerias. 

Já os pequenos comércios, transformadores e PJs poderão contar cada vez mais com suporte de serviços financeiros que visam, por exemplo, ajudar com o capital de giro. “Esses clientes estão trabalhando com menor estoque devido à deflação”, comentou Belmiro Gomes. Em pesquisas, a companhia identificou que esse público responde por cerca de 45% dos negócios.

Crescimento ao longo dos anos

Durante a apresentação, o CEO do Assaí buscou apresentar a consistência do avanço da companhia, o que tem acontecido principalmente por meio de geração de caixa. Para se ter uma ideia, em 2011, o Assaí alcançava um faturamento bruto de R$ 4,3 bilhões, com 59 lojas. Em setembro deste ano, a receita bruta anual saltou para R$ 70,1 bilhões, com 276 lojas. Se adicionarmos as unidades inauguradas nos meses de outubro e novembro deste ano, são 281. Na semana que vem, a companhia inaugura mais uma filial, indo a 282.

“Nossos diferenciais para chegarmos até aqui foram a nossa cultura, a expansão bem-sucedida, inovação, eficiência operacional e regionalização”, explicou o executivo. Nesse último quesito, Belmiro reforçou o fato de o Brasil ser continental e apresentar diferenças culturais e socioeconômicas significativas. 

Nesse sentido, existem adaptações locais que vão desde a forma de o Assaí se comunicar com o cliente até o sortimento. A empresa conta, por exemplo, com 11 escritórios regionais e 28 células de compras. Dos 3.000 fornecedores, 60% são regionais e 30% locais (atuam em um único Estado). Apenas 10% são nacionais. “Só de café, trabalhamos com 143 marcas”, comentou o CEO. Além disso, a companhia possui quatro centrais de marketing para atender todo o País e atua com gestão regionalizada na tomada de decisões. 

A eficiência operacional foi outro aspecto enfatizado pela empresa. O ponto de vista da companhia é de que, mesmo com a inclusão de novos serviços e melhorias na ambientação das lojas, que permitem atrair os consumidores finais, as despesas com vendas permanecem sob controle. Descontando os aluguéis, o índice atual de 9% é igual ao de 2011, quando as lojas tinham um perfil mais básico.

A CFO da companha, Daniela Sabbag, ressaltou o rígido controle de despesas e a disciplina do dia a dia. “Quando uma nova loja é planejada, já pensamos em como ter uma loja eficiente com economia de despesas. Esse é um trabalho da área operacional que vai continuar forte”, explicou. 

A combinação de nível de despesas com escala tem permitido ao Assaí manter uma diferença de preços entre 12% e 15% em relação aos canais de vendas de varejo, enquanto a média do formato de atacarejo como um todo é 8%, conforme dados da Nielsen. “Redes com custo maior não conseguem ter esse nível de competitividade”, avaliou o executivo. 

A chegada de novos competidores a mercados importantes, como o Estado de São Paulo, não deve impactar a estratégia que o Assaí vem adotando até agora. “Estamos em 25 Estados competindo com diversos players locais. Nossa visão é de que cada Estado é um país”, avaliou Belmiro. Segundo o CEO, o Walmart e outras varejistas internacionais não deram certo no Brasil, entre outros motivos, por terem subestimado as regionalidades do País – algo para o qual o Assaí não pretende fechar os olhos. 

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