Andrea Iorio, diretor de inovação da L'Oréal, explicou, durante palestra na Feira Brasileira do Varejo, como uma empresa se desenvolve no cenário digital
Durante palestra na 7ª Feira Brasileira do Varejo , Andrea Iorio (foto), diretor de inovação da L’Oréal, apresentou ao público o termo grego Metanoia, explicando que se trata de um resumo das habilidades necessárias para se desenvolver no cenário digital. “Significa mudar radicalmente a forma de pensar, mudar as ideias, como ‘pensar fora da caixa’”, afirmou o executivo da multinacional francesa, com experiência acumulada também no Groupon e no aplicativo Tinder.
Dentro do contexto da transformação digital, o especialista destacou que não cabe mais às empresas o questionamento se elas precisam mudar ou não. A hora agora é de pensar de que forma devem mudar. “A transformação digital é uma mudança de comportamento. Não falamos de ferramentas e tecnologia, mas sim de pessoas”, destacou. “O mundo está mudando e precisamos pensar de formas diferentes, principalmente no varejo, que está totalmente diferente do que era antes”, completou o diretor de inovação da L’Oréal.
Na sequência, Iorio elencou ao público da 7ª edição da Feira Brasileira do Varejo quais são as seis competências essenciais para transformação digital, destacando que a primeira delas é a flexibilidade cognitiva, ou seja, capacidade do cérebro ter jogo de cintura. "Precisamos educar o cérebro a desaprender e aprender”. afirmou. Depois disso, vem a execução inovadora. Nesse momento, Andrea Iorio fez questão de enfatizar que inovação não tem a ver simplesmente com o desenvolvimento de um produto novo, mas executar de maneira diferente o que já existe. “Inovação são novos processos, novas fórmulas de implementar”, explicou.
Ser especialista em comportamento humano é a terceira habilidade para a transformação digital. “É entender o que as pessoas querem e nunca oferecer menos do que isso”, aconselhou Iorio. O executivo da L’Oreál destacou que os seres humanos devem estar sempre no centro do negócio. Não por acaso, o altruísmo digital é a quarta competência. "Temos que priorizar o ser humano nessa transformação digital”, afirmou o especialista.
Como quinto aspecto, ele mencionou o pensamento crítico. “É preciso desafiar o status quo. Aprender a desaprender para depois ganhar um pensamento crítico”, reforçou. Iorio exemplificou que um dos recursos utilizados no Tinder foi aproveitado do mundo dos games. A equipe identificou que o swipe (arrastar para a direita ou esquerda) faria as pessoas permanecerem mais tempo no aplicativo do que se a opção fosse apertar. “É necessário identificar algo que acontece em outras áreas e levar para a nossa”, orientou o especialista em inovação.
Por fim, o executivo considera fundamental pensar num crescimento sustentável. “Hoje em dia é preciso beneficiar o ecossistema em que trabalhamos. Valorizar a experiência dos usuários é o que faz eles voltarem e até mesmo pagarem pelo seu produto”, analisou Andrea Iorio.
Antes de finalizar a palestra, Iorio fez questão de destacar que na era digital o foco não é mais o produto, e sim o cliente, pois atualmente há uma infinidade de concorrência no mercado, o que amplia o poder de escolha do consumidor. E o público buscará o lugar onde teve a melhor experiência. “Para desenvolver essas competências e se dar bem na transformação, mude de rotina, pergunte não só o que deveria fazer, mas também o que poderia parar de fazer. Se pergunte se não está repetindo erros, desafie suas crenças”, recomendou.