10/08/2025
Saiba como funciona a tecnologia por trás do supermercado autônomo do Muffato
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 04/08/2025

Foto: Divulgação
O Grupo Muffato opera, desde novembro de 2022, o Muffato Go, em Curitiba (PR), modelo de supermercado autônomo que dispensa o caixa convencional. No formato, o cliente entra, escolhe os produtos e sai, com a cobrança feita automaticamente no cartão de crédito cadastrado no aplicativo da rede.
O investimento foi de R$ 10 milhões. Para acessar a loja, é necessário baixar o aplicativo, realizar o cadastro e associar um cartão de crédito. O sistema gera um código QR utilizado para liberar a entrada.
Sensores e câmeras monitoram a movimentação, registram os produtos retirados das prateleiras e enviam as informações para um “carrinho virtual” vinculado ao usuário. Ao sair, a compra é processada automaticamente, e o recibo é enviado digitalmente.
A unidade possui 250 m² e cerca de 2.000 itens, com foco em compras rápidas. O espaço conta com um hall para que clientes possam baixar o aplicativo utilizando o Wi-Fi local.
O sistema utiliza a tecnologia da startup portuguesa Sensei, que combina inteligência artificial, visão computacional e sensores de peso. As câmeras, instaladas no teto, acompanham de forma anônima o trajeto e a vestimenta dos clientes, sem uso de reconhecimento facial. Sensores registram a retirada ou devolução de produtos, e um algoritmo integra essas informações para calcular o valor final da compra.
O projeto também envolveu parceiros como a Renovretail, responsável pela integração de sistemas, e a Elgin, que forneceu etiquetas eletrônicas de preço.
Laboratório do consumidor
A rede vê o Muffato Go como um laboratório para coletar e analisar dados de comportamento do consumidor, observando não apenas o que foi comprado, mas também itens que foram analisados e devolvidos às prateleiras.
Essas informações podem ser usadas para ajustar estoques, reorganizar layouts e oferecer promoções direcionadas.
O varejo autônomo no Brasil não é restrito ao Muffato. Antes, a Zaitt operou lojas nesse modelo, mas atualmente foca na comercialização da tecnologia para terceiros. O segmento também inclui os micromercados em condomínios e empresas, como o market4u, que já possui milhares de pontos de venda.
Enquanto isso, grupos como o Pão de Açúcar adotam abordagem mais cautelosa. Em 2019, o GPA testou internamente um sistema de “scan-and-go”, mas não avançou para implementação ampla. A automação levanta debates sobre emprego e privacidade.
A rede afirma que o modelo pode deslocar trabalhadores para funções de atendimento e consultoria, desde que acompanhados por programas de requalificação.
Em relação à proteção de dados, o uso da tecnologia exige conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e medidas de cibersegurança para proteger informações de pagamento e hábitos de compra.
Fonte: CPG
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