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05/09/2025
Inaugurações caem 11% em 2025 e produtividade reduz 2,8% no varejo alimentar
POR Alessandra Morita
EM 05/09/2025

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Embora notícias sobre inaugurações de lojas pipoquem a todo momento, quando analisamos empresas do varejo alimentar de todos os portes, formatos e regiões, o cenário é diferente. É o que aponta pesquisa da empresa de inteligência de mercado Cortex. De acordo com ela, de janeiro a junho deste ano foram abertas 74.093 unidades do setor, o que representa uma queda de 11,2% sobre igual período do ano passado.
Os dados também demosntram que o recuo foi uniforme em todas as regiões:
- Norte: -11%
- Nordeste: -11%
- Sudeste: -11,4%
- Sul: -12,1%
- Centro-Oeste: -9,8%
Em 2024, o cenário de expansão já demonstrava sinais de arrefecimento. Isso porque as taxas de crescimento de inaugurações foram inferiores às de 2023: 15,2% no total Brasil, contra 41,7%. Durante todo o ano passado, foram 191.183 aberturas no varejo alimentar.
Produtividade em São Paulo
Um estudo da consultoria Varejo360 calculou a produtividade por loja no 1º trimestre deste ano em São Paulo, maior mercado do País, e comparou com iguais meses de 2024. O levantamento também atualizou as vendas por loja do ano passado a valores atuais. Dessa forma, é possível expurgar a inflação do período e entender qual a variação real.
Considerando os 4 principais formatos do varejo alimentar (atacarejo, hipermercado, proximidade e supermercado), a produtividade por loja no Estado caiu 2,8% na média de janeiro a março, já comparando valores correntes.
Como esperado, a maior retração real coube ao hipermercado, com -8,9% (faturamento de R$ 20,5 milhões/loja). O modelo de proximidade apresentou recuo de -3,8%, alcançando R$ 463,5 mil/loja. O cash & carry (R$ 16,5 milhões) e os supermercados (R$ 4 milhões/loja) praticamente andaram de lado em termos reais, atingindo variações de 0,7% e 0,9%, respectivamente.
O que pode ser feito
A SA+ ouviu cinco consultores em varejo e indústria em sua última edição da revista (acesse o conteúdo completo aqui). Eles abordaram o que os supermercadistas podem fazer em parceria com seus fornecedores. Também indicaram os gargalos existentes dos dois lados. Entre eles, há um consenso de que enfrentar esse cenário individualmente é uma tarefa muito mais árdua do que quando existe a real confiança e colaboração entre as partes.
“Quando indústria e varejo atuam como parceiros estratégicos, eles conseguem ajustar rapidamente o mix, desenvolver ações mais assertivas e adaptar operações para reduzir custos e melhorar a experiência do cliente, mesmo em momentos adversos”, afirma Frederico Perdigão, CEO da consultoria Percepto.
Já Andrea Aun, sócia da Integration Consulting, ressaltou que cada lado detém uma parte importante dos dados. Enquanto a indústria possui pesquisas para entender o comportamento do consumidor e melhores formas de trabalhar com a categoria, o varejo está em contato direto com o shopper, razão pela qual consegue gerar importantes insights.
“A indústria precisa entender que cada varejista tem uma realidade e, no caso das empresas regionais, isso é ainda mais acentuado. Não adianta aplicar uma obrigatoriedade que não é eficiente no local”, explica a executiva da Integration. Ela conclui reforçando a importância de a indústria escutar a proposta de valor de cada rede.
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Alessandra Morita
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