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JULHO-2024: SA+ | Famílias Empresárias empresas familiares

Famílias empresárias: entenda como elas conseguem equilibrar o lado pessoal e profissional

POR Bárbara Fernandes

EM 25/07/2024

Familia

Família controladora do Nordestão. Da esquerda para a direita, em pé: Pedro, Fábia, Leôncio, Liana, Elza Suzana, Cecília, Manoel, José, Elza, Cristiano, Nize e Felix; agachadas: Inês, Silvia e Gicele. Foto: Divulgação


A governança é fundamental para o sucesso de qualquer negócio. No caso das empresas familiares, ela desempenha um papel relevante na consolidação da cultura, na definição de regras e na implementação de processos alinhados aos valores e objetivos da companhia.


Assim, equilíbrio e comunicação são os fatores principais que uma governança voltada para empresas familiares deve buscar. Conseguir mesclar as questões técnicas com a relacional e garantir o funcionamento do negócio pode ser desafiador, principalmente quando os vínculos não são exclusivamente profissionais.


Diante desses desafios, Rodrigo Pecchiae, especialista em governança de empresas familiares, indica focar separadamente três frentes: governança familiar, corporativa e patrimonial. A ideia é assegurar um processo que consiga abranger todos os braços de uma empresa com essa característica.


Tipos de Governança


“Não é preciso criar essas três governanças de um dia para outro. Mas conseguir enxergar e dar tratamento a essas esferas separadamente permite ao varejista gerir sua empresa melhor”, afirma Pecchiae.

Sendo assim, o primeiro passo é entender o que a família quer. O ideal é colocar no papel quais são os planos para o futuro, como está a estrutura atual e quais as regras para familiares entrarem na companhia. Essas são medidas que contribuem para a longevidade de uma empresa familiar.


É preciso documentar tudo o que é fundamental, com o intuito de manter a cultura. Por exemplo, a empresa vai passar de pai para filho? O herdeiro precisa de experiência externa antes de entrar na empresa?”, explica José Barral, conselheiro do Nordestão (RN) e do Mercadinhos São Luiz (CE)


Regras e condutas claras


Para superar os desafios que podem surgir ao longo do tempo, os especialistas alertam para a importância de reconhecer a necessidade de ajuda externa e descrever as regras de conduta claramente para que cada pessoa saiba qual o seu papel na empresa.

"As ideias dos membros da família podem ser diferentes, mas o objetivo é o mesmo. Normalmente, a primeira geração se mantém bem. É a partir da segunda que alguns conflitos podem ser gerados. Daí a importância de se ter as regras claras e bem estabelecidas”, conta Barral.

Cases

Os benefícios da governança para o varejo na prática


Extrabom


Gestão de alta performance


A história do Extrabom teve início em 1978 com a abertura de uma pequena mercearia em Cariacica, no Espírito Santo. Com o tempo, a empresa cresceu, mas o foco permaneceu o mesmo: bom atendimento e envolvimento familiar nas estratégias. A governança é uma pauta importante que está em constante evolução.


Nesse sentido, ações específicas são implementadas, como a capacitação dos sócios e de seus filhos. Outro exemplo é a organização societária e sucessória, que possui uma estruturação das holdings dos núcleos familiares, representando seus respectivos sócios. A varejista também reforça a importância da auditoria externa para validar os processos e controles internos.


“A vida do supermercadista é muito corrida e recheada de desafios diários. Muitas vezes a preocupação com o hoje nos consome e faz com que posterguemos a implementação de etapas da governança”, conta Fabrício Coutinho, vice-presidente de administração e finanças do Extrabom


Luís e Fabrício Coutinho. Foto: Divulgação

BOAS PRÁTICAS


É nisso em que acreditam Luís e Fabrício Coutinho, pai e filho, e sócios do Extrabom com outros familiares. Por essa razão, a empresa capixaba conta com um comitê de governança que tem a participação de uma assessoria especializada, ajudando no direcionamento para melhores decisões.


Além disso, o Extrabom tem na governança um instrumento para realizar acordos importantes, como os que envolvem os acionistas e o protocolo familiar. Ela também ajuda a promover a capacitação, treinamento e o alinhamento da cultura, com base em uma gestão de alta performance.


“A correta implementação da governança torna a empresa mais transparente e reconhecida pelas partes que se relacionam, gerando maior credibilidade e valor para os sócios, colaboradores, clientes, entidades, parceiros, entre outros”, finaliza Fabrício.


36 

é o número de lojas do Extrabom atualmente


“A governança é um conjunto de mecanismos, regras, controle e acompanhamento do que é estratégico e relevante para as organizações, sempre direcionada para a perenidade”, Fabrício Coutinho, vice-presidente de administração e finanças do Extrabom (ES)

Nordestão responsabilidade de todos


Com 52 anos de atuação, o Supermercado Nordestão possui 9 unidades distribuídas por Natal, no Rio Grande do Norte. Atualmente, a governança na empresa é dividida entre o Conselho Consultivo e o Conselho Sócio Familiar.


O primeiro apoia as decisões em nível macro e é dividido em outros três conselhos: financeiro, de mercado e de pessoas. Já o segundo é responsável por manter a família em perfeita sintonia com a missão, visão, valores e propósitos da empresa, bem como cuidar do desenvolvimento dos seus membros.


“O Conselho Sócio Familiar também participa e aprova as grandes decisões e investimentos apresentados pelos diretores e pelo conselho consultivo para preservar a imagem e minimizar riscos para a companhia”, conta Leôncio Etelvino de Medeiros Filho, presidente executivo. Desde 2011, o Nordestão também tem o apoio de Renato Bernhoeft, especialista em consultoria familiar.


Segundo ele, o ideal é que os familiares que irão entrar na companhia trabalhem fora, para aprender, e depois voltem com uma boa imagem diante da família e reconhecimento. Desde a sua implementação,a governança na empresa passou por algumas alterações. Hoje as decisões e responsabilidades são distribuídas para todos e, portanto, há conhecimento prévio geral das tomadas de decisão.


Os irmãos Leôncio, Felix, José e Manoel (da esq. para a dir.) Foto: Divulgação


“Temos reuniões com pauta e ata. Tudo fica documentado e não depende de interpretações pessoais, bem como não se pode alegar desconhecimento”
LEÔNCIO ETELVINO DE MEDEIROS FILHO - Presidente executivo do Nordestão (RN)
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