Ruptura nos supermercados cresce após aquecimento das vendas
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 30/08/2018
O índice médio de ruptura nos supermercados brasileiros durante o primeiro semestre deste ano foi de 10,38%, de acordo com levantamento da Neogrid e da Nielsen com base na movimentação de 25 mil lojas do setor em todo o País. O índice ficou abaixo da média de 11,9% observada nos seis primeiros meses do ano passado.
A falta de produtos, no entanto, seria ainda menor não fosse o avanço do problema registrado em junho. No sexto mês deste ano, a ruptura foi de 10,88%, contra 9,64% de maio, o que elevou a média semestral. A boa notícia é que em julho já se sabe que o índice caiu para 10,22%. Para Robson Munhoz, vice-presidente de operações da Neogrid, o reaquecimento das vendas no setor supermercadista influenciou o avanço da ruptura no final do primeiro semestre. “Apesar de ser um ano eleitoral, fatores econômicos mais positivos aumentam a confiança do consumidor. O brasileiro está voltando a comprar em diferentes canais. Ele ainda vai ao atacarejo, mas vemos um barulho muito forte nas lojas de proximidade”, analisa o executivo.
Aos poucos, o consumidor vai voltando a procurar marcas que ele tinha deixado de comprar por conta das dificuldades econômicas. “Não é que saímos da crise, mas vemos sinais de recuperação. O brasileiro busca produtos de maior valor agregado e os supermercados demonstram que não estavam preparados para essa nova realidade”, explica Robson Munhoz. “O que vemos é uma ruptura de mix de produtos. O consumidor que comprava determinado produto, parou de fazê-lo com a instabilidade econômica e o supermercado, por consequência, não o repôs. Quando a economia dá uma aquecida, ele volta a procurar e não encontra. É uma gangorra”, resume o vice-presidente de operações da Neogrid.
O estudo Neogrid/Nielsen identificou também as categorias de produto com maior índice de ruptura nos seis primeiros meses do ano. Leite longa vida, com 18,1%, encabeça a lista, seguido por frango in natura (12%), leite com sabor (11,9%), sorvetes (11,5%) e azeite (11,3%). Outros produtos largamente consumidos também apresentaram elevada ausência nas gôndolas. São eles: chocolate (11%), margarina (10,8%), pão e congelados (ambos com 10,6%) e feijão (10,1%).