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21/02/2025
Presente no dia a dia do brasileiro, o supermercado representa bem mais que um local de compras
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 22/02/2023
Fotos: Divulgação
Milhões de pessoas vivendo em situação de vulnerabilidade. Outros tantos milhões de toneladas de lixo descartados no planeta sem nenhum tipo de tratamento ou reciclagem. Essa conta pode um dia fechar com maior consciência, gerando um equilíbrio melhor entre meio ambiente e seus recursos, homens e animais. A boa notícia é que o brasileiro, especialmente a nova geração, quer encontrar essa harmonia e muitas empresas estão buscando o caminho até ela. Esse alinhamento de valores encanta e atrai o consumidor para uma marca, criando mais que uma parceria de negócios, uma conexão de propósitos em comum, uma ligação mais forte e estável que uma relação apenas comercial.
“As escolhas de produtos hoje são baseadas não apenas nos seus atributos, como qualidade e sabor, mas em como o consumidor se identifica com as marcas e seus propósitos. As empresas que possuem práticas sustentáveis estão sendo privilegiadas”, define Tiago Timbó, gerente de comunicação, cultura e sustentabilidade da M. Dias Branco, uma das empresas mais bem posicionadas no Guia Exame Melhores do ESG 2022 na categoria Agronegócio, Alimentos e Bebidas.
“ Associar nossas marcas às boas práticas sociais, ambientais e de governança repercute positivamente na reputação da companhia”
TIAGO TIMBÓ - Gerente de comunicação, cultura e sustentabilidade da M. Dias Branco
Susy Yoshimura, diretora de sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil, diz que hoje o consumidor pede ao varejo mais que uma curadoria de produtos. Ele quer também uma seleção de outras questões que tragam um benefício para a sociedade, uma cadeia de valor sustentável que não seja fruto de um processo produtivo que esgote a biodiversidade e os recursos naturais.
Ainda há muito o que fazer
82 milhões de toneladas de lixo são gerados todos os anos
2% desse lixo apenas é reciclado
Fonte: Diagnóstico de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos do Brasil
As empresas ainda enxergam a questão da sustentabilidade como um custo, mas muitas já estão colhendo os frutos de adotar práticas sustentáveis
83% dos pioneiros em iniciativas ESG obtiveram receita maior por funcionário em comparação com a média de 2020 a 2021
Fonte: Estudo A World in Balance - Why sustainability ambition is not translating to action, da Capgemini
“Essas novas gerações já entraram no mercado do consumo com o mundo em crise e com nível de consciência muito maior. Mais do que ter consciência, elas agem. Abrem mão de ter carro, de comer carne. O ato de consumo é também um ato de cidadania"
SUSY YOSHIMURA - Diretora de sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil
Nova geração de consumidores
74% se dizem “ambientalmente conscientes”
50% verificam se o produto foi produzido de forma ambientalmente sustentável
69% costumam separar materiais para reciclagem
46% dizem que a reutilização das embalagens é uma prática comum
Fonte: Levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgado em novembro de 2022
Alimentando uma cadeia de valor sustentável
Para garantir a procedência de produtos alinhados com a cadeia de valor sustentável, o Carrefour tem uma política e processos para homologar fornecedores que devem atender os quesitos definidos e, mais do que isso, manter o patamar. Com os fabricantes dos produtos de sua marca própria os critérios são ainda mais rigorosos.
“Na logística, temos veículos elétricos e também um olhar de troca, de ter uma eficiência para o caminhão não voltar vazio. Fazemos ações de compensação das emissões que não há como evitar durante o processo”, explica Susy, que ressalva a relevância dada pelo Grupo para produtores regionais, especialmente de FLV. “Temos um olhar de desenvolvimento de fornecedores locais, de inclusão, realizando ações que façam o dinheiro circular para quem não tem estrutura. E o consumidor também quer ver características da região na loja e se encanta com isso”, avalia.
Fornecedores pequenos e locais
São mais de 900 que fornecem diversos tipos de alimentos para serem comercializados nas lojas do Grupo Carrefour Brasil
“Sem governança não há sustentabilidade”
Décio da Costa Filho, CEO da Cepêra, indústria com 75 anos de mercado, destaca a relação com pequenos fornecedores como uma questão de ética. “Tem que ser tudo pautado na governança, não adianta se preocupar com meio ambiente e não ter, por exemplo, transparência nas negociações ou pressionar o fornecedor até ele não conseguir se sustentar. Uma conversa franca com os clientes também é fundamental”, pontua. Para o empresário, não há sustentabilidade, não só do planeta como do próprio negócio, sem governança.
Em seu relatório de sustentabilidade, o Assaí também ressalta que “a educação e o conhecimento em governança são essenciais para a sustentação e crescimento do nosso negócio, consolidando relações de confiança e facilitando a tomada de decisão". Em um ano, a companhia aplicou 65,5 mil horas de treinamento em ética e temas como combate à corrupção, totalizando quase 40 mil colaboradores treinados.
A passos lentos para uma transformação perene
A mudança é necessária, mas acontece passo a passo, pois há muitos desafios, da conscientização à viabilização de processos, especialmente com menores custos possíveis. Mesmo com um consumidor antenado com as questões de ESG e disposto a pagar mais por produtos sustentáveis, há uma parcela maior de pessoas sem condições financeiras para optar. “Não vamos resolver o problema do mundo com 0,5% da população comprando um produto caro. Precisamos mudar processos a fim de que todos se preocupem. Claro que não é tarefa fácil, mas é preicso encontrar formas criativas e inovadoras para que o preço não afete tanto aquele produto”, diz Susy.
“Queremos produtos sustentáveis para todos, não somente nas linhas premium”
SUSY YOSHIMURA - Diretora de sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil
Saudabilidade para todos
O corredor de saudáveis é um dos que mais encanta os clientes do Carrefour, que inclusive desenvolve uma série de iniciativas para estimular esse tipo de alimentação. Os FLV orgânicos, por exemplo, chegam a ser 40% mais baratos.
Matéria originalmente publicada na edição de Janeiro/Fevereiro da SA Varejo .
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