Entenda por que startups estão deixando o Vale do Silício
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 10/09/2018
Sinônimo de inovação, criatividade e alta tecnologia, o Vale do Silício, no estado norte-americano da Califórnia, é o berço de empresas que mudaram os rumos da sociedade contemporânea, a exemplo de Google, Apple, Facebook, Microsoft, HP, Intel, Oracle, entre tantas outras. Não por acaso, a região tem sido também, nas últimas décadas, o destino certo para startups com ideias novas de negócios e sonhos de rápido desenvolvimento. Aos poucos, porém, esse cenário começa a mudar.
Em 2017, mais americanos saíram da região de San Francisco, onde fica o pólo de tecnologia, do que chegaram à cidade. Uma pesquisa também apontou que 46% dos entrevistados pretendem deixar, em breve, a região. Em um fenômeno recente, muitas startups têm preferido fincar suas raízes em outras partes dos EUA. Esse movimento já ganhou até o nome de "Off Silicon Valleying" (Fora do Vale do Silício).
Os custos elevados são a principal razão para o pequeno êxodo de empresas do Vale do Silício, algo que impacta sobretudo as novas empresas. Para operar na chamada Bay Area, startups precisam desembolsar em torno de quatro vezes mais do que na maioria das cidades dos EUA. E as novas tecnologias oferecem margens mais baixas em comparação com os serviços de internet, o que aumenta a relevância do controle rígido de custos. Outros aspectos do dia a dia na região também tem convencido alguns empreendedores de que é melhor migrar para outros lugares, como os constantes engarrafamentos e a crescente desigualdade social.
Novos Locais
É bem verdade que ainda não há outro local com agrupamento tão grande de empresas de tecnologia de ponta como o Vale do Silício, no entanto outras regiões norte-americanas já começam a despontar. De acordo com a Kauffman Foundation, entidade sem fins lucrativos que monitora atividades de empreendedorismo, a área de Miami-Fort Louderdale, na Flórida - destino de férias de muitos brasileiros - já lidera a atividade de startups, considerando a densidade dessas empresas a chegada de novos empreendedores.
Considerando somente as startups de mídia, Nova York é considerada a cidade preferida. Já quem investe em veículos autônomos, tem sido atraído pelas cidades de Phoenix, no Arizona e Pittsburgh, na Pensilvânia. Londres, a capital inglesa, não para de atrair quem trabalha com tecnologia financeira, enquanto as companhias que produzem hardware passam a demonstrar preferência por Shenzhen, uma das principais cidades da China.