20/02/2025
É possível ser feliz no trabalho?
POR Reportagem SA+ Conteúdo
EM 05/01/2023
Foto: Stock Adobe
Um líder é responsável por criar condições para um ambiente de trabalho mais feliz. Essa alegria só acontece quando há um senso de trabalho em equipe, de propósito comum, de escolha individual e de flexibilidade. Mas quem de fato tem o poder para moldar a organização dessa maneira não é a alta liderança, mas os gestores intermediários, aqueles que estão sobrecarregados e têm pouco poder para ditar as mudanças necessárias.
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A avaliação é de Alex Liu, sócio-diretor e chairman do conselho da consultoria global Kearney. De acordo com o especialista, os gestores intermediários ganharam a missão de transformar digitalmente a organização, mas muitos não foram preparados para isso. É preciso dar a eles uma crença e o poder para que possam promover essas mudanças. “As empresas pedem que eles assumam todo o risco, mas não os reconhecem como fazem com os super executivos”, afirma.
Liu defende a importância do reconhecimento, tanto em empresas estatais como no setor privado e nas startups. “É preciso tratar as pessoas com respeito, dar feedback e falar sobre o seu papel e o propósito da empresa. Cada organização, cada país, cada comunidade, vai ter um propósito diferente”, afirma. E ressalta: “O propósito precisa ser reforçado especialmente no nível de gestão intermediário”.
De acordo com o consultor, por estarem no meio da empresa, entre a alta liderança e as equipes, esses gestores são avessos a correr riscos e a cometerem erros. Cabe então à alta liderança capacitá-los e comunicar que não há problema em mudar as coisas, em falar alto. Liu diz que esses gestores precisam ser empoderados, sabendo que podem mudar recursos e parar de fazer coisas que acreditam que não fazem mais sentido para o negócio. “São eles que realmente vão fazer mudar a cultura no trabalho porque conhecem e sabem como as coisas funcionam, para o bem e para o mal”, afirma.
O consultor acrescenta que os gerentes detêm o verdadeiro poder nas organizações e, po isso, precisam comunicar autenticamente que acreditam em uma mudança para que ela aconteça. A grande questão é que somente a alta liderança pode conferir e validar o empoderamento desses gestores. “Tem que vir de cima”, observa. E a nova geração, segundo ele, vai se inspirar com essa postura do alto escalão. “Os jovens querem trabalhar em uma empresa que realmente quer mudar as coisas, que não está fazendo tudo da mesma forma há cinco, dez, vinte anos”, afirma.
Tanto os jovens quanto os mais experientes querem a mesma coisa do trabalho: causar impacto, ter harmonia na vida profissional, um papel definido, equilíbrio, integração, justiça, aprendizado e desenvolvimento”. Os mais novos, enfatiza, tendem a ser mais impacientes e a querer respostas imediatas. “O que precisamos fazer como líderes de empresas é ter uma proposta certa para que eles possam alcançar o que desejam. Mas acho que os jovens também precisam fazer a sua parte e decidir o que é importante para eles, pelo que são apaixonados e no que são bons”, afirma.
Sobre alcançar a alegria no trabalho, ele acredita ser possível. “Você nasce feliz, vai para a escola feliz, se casa feliz e então trabalha e vem essa lacuna, essa separação da felicidade”. A maior parte das pessoas gostaria de ser feliz no trabalho, mas menos da metade consegue.
Uma parte da solução vem de uma perspectiva individual, de saber a razão de estar em determinada profissão, de trabalhar com certas pessoas e o que te leva a levantar com energia todas as manhãs. “A outra parte são as condições que a liderança cria, como senso de equipe, propósito e conexão.”
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