Makro desiste de atuar no Brasil e quer vender operação por R$ 3 bilhões

Reportagem SA+ -

Rede contrata Santander para negociar as 24 lojas remanescentes no país

Foto: Divulgação

Depois de 50 anos atuando no Brasil, o Makro se prepara para sair do país. A rede, que já repassou 30 unidades para o Atacadão, agora contratou o banco Santander para encontrar um comprador para as 24 lojas remanescentes no estado de São Paulo. 

Segundo fontes, as 24 unidades que estão a venda devem render entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões à companhia. Na ocasião do repasse das 30 unidades, a rede adquiriu R$ 1,95 bilhão. Após se desfazer dessas lojas o Makro teria perdido competitividade em relação aos principais concorrentes – Atacadão e Assaí -, o que levou o grupo holandês SHV a decidir pela saída do Brasil.

De acordo com o fundador da Varese Retail, Alberto Serrentino, a empresa demorou muito para entender as mudanças do setor. “O mercado de São Paulo é altamente canibalizado, com altíssima penetração do atacarejo. Não é vida fácil. O problema é que eles não entenderam as mudanças do setor lá atrás, com a demora em mudar o modelo de atacado para atacarejo. Não ficou claro ao cliente que ele podia comprar lá, sem precisar se cadastrar. Quando resolveram mexer era tarde demais, já era um setor ocupado”, avalia. 

Ainda de acordo com o executivo, as redes que têm interesse de crescer em São Paulo, como Fort e Muffato, têm caixa, mas não querem dar um passo desse tamanho. 

O Atacadão, apesar de ter avaliado os imóveis, está com sua transação com o Big em fase final de análise no Cade, o órgão antitruste. Isso impede novas transações. O Assaí ainda está reformando 70 lojas do Extra - se fechar um acordo com Makro, seriam poucas lojas.

Segundo uma fonte que teve acesso à lista de imóveis, há duas lojas “fantásticas”, nos bairros de Vila Maria e Butantã, na capital paulista. “Mas a partir do terceiro ponto da lista, a venda por metro quadrado cai muito em relação às outras duas, aí fica difícil ficar com elas.”

Vale lembrar que a matriz já deixou o negócio de varejo na Europa há mais de 20 anos. O SHV também já deixou o varejo na Ásia e na África. O outro grande negócio do grupo holandês no País é a Supergasbras, do setor de energia.

Quer ter acesso a mais conteúdo exclusivo da SA Varejo? Então nos siga nas redes sociais:                                                                                                                                                                                                                                                ,                                                                                                                                                                                                                                               e                                                                                                                         

 

Fonte: Valor Econômico