Ideias e tendências para o setor de açougue

Fernando Salles - redacao@savarejo.com.br -

Confira boas iniciativas de supermercados que podem ser adaptadas para sua loja

Uma das áreas mais importantes de qualquer loja, a seção de carnes precisa refletir novos hábitos do público e, ao mesmo tempo, lidar bem com o controle das perdas. Confira boas práticas de supermercados e recomendações dos fornecedores

ÁREA DE PREPARO À VISTA

Um conceito de design importado dos restaurantes, estabelecimentos nos quais as cozinhas viraram “vitrines” há alguns anos, também faz sucesso na seção de carnes do setor supermercadista. O Fort Atacadista (SC) é uma das redes que adotam o layout “aquário” em suas novas lojas, permitindo aos clientes acompanhar de forma transparente o trabalho dos açougueiros. Além de modernizar o visual da seção, aumenta a confiança na higiene e na segurança alimentar, fatores importantes na decisão de compra.

SEM FILA NO BALCÃO DE CARNES

O Hiper ABC (MG) passou a adotar em algumas lojas o Açougue Express, um terminal interativo por meio do qual é possível realizar o pedido e retirar uma senha. Enquanto as carnes escolhidas são preparadas, o cliente continua a realizar suas compras normalmente, voltando ao açougue apenas para retirar o pedido já finalizado. O sistema evita aglomerações, algo importante durante a pandemia, e ainda agiliza a jornada de compra em qualquer momento.

ATENDIMENTO, AUTOSSERVIÇO OU AMBOS?

Na visão do GPA , os dois tipos de serviços do açougue – autosserviço e balcão de atendimento – são complementares. “É comum que o mesmo cliente procure produtos do autosserviço em uma visita rápida à loja, enquanto busque pelo atendimento presencial no açougue em uma compra mais abastecedora”, lembra André Artin, gerente de desenvolvimento comercial do Extra e Pão de Açúcar.

 

“A tendência de manter apenas o autosserviço para carnes é uma realidade somente em lojas de proximidade, até mesmo por conta do espaço físico reduzido e também pela sua característica de um sortimento de produtos voltado a cestas de compras menores e com foco no dia a dia”

ANDRÉ ARTIN
Gerente de desenvolvimento comercial do Extra e Pão de Açúcar

 

FIDELIZAÇÃO DO PÚBLICO

O atendimento em balcão é, inclusive, uma das principais ferramentas de fidelização do consumidor dessa categoria de produtos, uma vez que possibilita um contato personalizado”, destaca o executivo, lembrando que o GPA faz questão de contar com funcionários treinados para oferecer os mais variados cortes de carnes. Tanto que a gigante varejista tem reforçado essa aposta na bandeira Mercado Extra. O modelo reformula o conceito de compras de supermercado da marca Extra para uma unidade com um atendimento descomplicado e maior proximidade do consumidor, com o conceito de ser praticamente um “vizinho” do bairro. Isso inclui, segundo a companhia, atendimento típico de açougue “de bairro”, em que o cliente é conhecido e chamado pelo nome.

COMUNICAÇÃO VISUAL GANHA RELEVÂNCIA

Com o shopper realizando compras mais rápidas no intuito de minimizar o risco de contágio pela Covid-19, a sinalização dos diferentes tipos de carnes e cortes nunca foi tão importante. Um exemplo de comunicação visual assertiva vem da rede de supermercados Cidade Canção (PR), controlada pela Companhia Sulamericana de Distribuição (CSD). Repare que é possível saber onde estão os produtos desejados mesmo antes de se aproximar do expositor.

DICAS PARA MINIMIZAR PERDAS

O setor supermercadista precisa acompanhar de perto o controle de estoque e a manutenção da cadeia de frio. “Observar a cultura local e os hábitos do seu consumidor ajudará na tomada de decisões, por exemplo, sobre a oferta de produtos resfriados e/ou congelados”, reforça Thiago Somavilla, head de marketing e communications da Plena Alimentos .

Congeladas ou não, carnes embaladas na fábrica pelo fornecedor tendem a ter perda zero, conforme a Frimesa. “Não há quebra pelo manuseio. A quantidade de saída (venda) tende a ser igual à quantidade na entrada (compra)”, lembra Mauro Strey Kramer, gerente da divisão comercial da Frimesa Cooperativa Central .

NOVOS HÁBITOS DE CONSUMO INFLUENCIAM VENDAS

Em ano de pandemia, o brasileiro migrou o consumo para dentro do lar, inclusive preparando suas próprias refeições. E isso influenciou a procura nos supermercados. “Nesse sentido, cortes fáceis de manusear em embalagens menores têm sido os preferidos no momento da compra”, informa Mauro Strey Kramer, gerente da divisão comercial da Frimesa Cooperativa Central. Segundo ele, a carne resfriada (não congelada) desponta como a opção mais requisitada, embora questões de restrição à manipulação devido à segurança alimentar, venham atraindo o olhar do consumidor para porções armazenáveis congeladas.

90% dos brasileiros estão preparando refeições em 40 minutos no máximo, segundo a Kantar

DADOS DA SEÇÃO DE AÇOUGUE

15,32% participação nas vendas totais do setor em 2019, o que gerou uma receita de...

R$ 81,1 bilhões e...

26,1% de margem bruta média

Fonte: SA Varejo/Pesquisa Maiores Varejistas

VENDAS DE CARNES SOBEM

Congeladas
66,7% alta no segmento de perecíveis frescos no 1º sem. 2020 x 1º sem. 2019

Suínas
33,1% alta no 1º semestre 2020 x 1º semestre 2019

Industrializadas
23% alta no 1º semestre 2020 x 1º semestre 2019

 Fonte: Nielsen