Foodtechs: o futuro dos alimentos já chegou

Alessandra Morita - alessandra.morita@savarejo.com.br -

Ter um sortimento alinhado com os novos tempos é apenas uma das formas de trabalhar com essas startups. Mas elas podem fazer bem mais pelos seus negócios

O termo foodtech tem se tornado mais e mais conhecido do varejo brasileiro. Quer por essas empresas estarem se aliando a grandes varejistas, quer por terem produtos cada dia mais presentes nas gôndolas dos supermercados. Ou ainda por contribuírem para acelerar as inovações na indústria de alimentos.

Levantamento da Builders Construtoria/FoodTech Movement indica a existência de 180 foodtechs somente no Brasil. Há pouco mais de um ano, a companhia tinha mapeado apenas 53. Se você entende que esta é a hora de mudar a cara da seção de alimentos, agregando inovações alinhadas aos novos tempos, precisa estar inteirado do mundo das foodtechs. Saiba mais sobre elas e como impactam em seus negócios.

 

Entenda a Builders Construtoria/ FoodTech Movement

O FoodTech Movement começou em 2017 com o desenvolvimento da Builders, que se propõe a fazer mais do que uma consultoria. Ela realiza um diagnóstico e constrói a inovação com as empresas, fazendo a conexão entre startups e as demais companhias – sempre a partir de uma determinada necessidade.

 

O que são as foodtechs

São startups da área de alimentação que se propõem a repensar a cadeia alimentar: como se planta, se vende, se processa e se distribui. Consideram ainda as necessidades do consumidor – o que ele busca, suas experiências, padrões de consumo, mudanças entre as gerações, etc. Na maioria das vezes, as soluções apresentadas partem de problemas do próprio empreendedor ou de questões maiores, como a necessidade de alimentar quase 9 bilhões de pessoas em 2050. O uso de tecnologia também é importante para esse grupo de empresas. “Isso permite que a venda dos produtos desenvolvidos se torne mais assertiva”, afirma Ana Carolina Bajarunas, fundadora e CEO da Builders Construtoria/FoodTech Movement.

 

Como estão segmentadas

Ana Carolina, da Builders, diz que essas companhias atuam em 17 categorias. A maior concentração está nos segmentos de necessidades do consumidor, varejo inteligente e marketplace de foodservice. “Existe ainda uma média concentração no segmento de comida do futuro, como o de proteína à base de planta”, diz.

 

Parcerias com o varejo

As foodtechs podem ajudar o varejo de duas formas. A primeira é acelerar a transformação digital nessas empresas e ajudar a acumular dados dos consumidores. É isso o que está por trás da aquisição feita pelo Carrefour do portal de receitas Cyber Cook e também da compra do James Delivery , concorrente do Rappi, pelo GPA. A outra forma de atuação no varejo é o fornecimento de produtos inovadores para o mix, como o Cheftime, de kits gastronômicos, que também tem parceria com o GPA

Abaixo, dois exemplos de produtos que já fazem parte do sortimento de alguns supermercados. a linha de laticínios vegetais artesanais (acima), da foodtech galpão cucina. e, abaixo, hambúrguer de planta da impossible foods:

Como ajudam a indústria de alimentos

As grandes empresas possuem um processo de inovação mais lento. “Há muita burocracia, por isso as startups, que são mais rápidas, estão nadando de braçada no desenvolvimento de produtos”, explica Ana Carolina, da Builders. Ela acrescenta que os fabricantes podem firmar parcerias com essas startups e “pegar” uma novidade já testada, pronta para ser escalada – ou seja, produzida em quantidade

5% ao ano quanto as foodtechs crescem

1,5% a 2,5% de market share é a perda anual média das empresas globais

Fonte: Builders Construtoria

 

Produtos que você precisa avaliar para seu mix

Ana Carolina Bajarunas, fundadora e CEO da Builders Construtoria/FoodTech Movement, selecionou três categorias que não podem faltar na seção de alimentos do varejo. Ela considerou os novos hábitos de consumo e a proposta de inovação apresentada pelas foodtechs ou mesmo por marcas tradicionais

 

Tendências em alimentação para acompanhar

Fontes de proteínas alternativas É o caso de produtos provenientes de insetos e cogumelos, desenvolvidos em laboratório, que deverão ganhar força nos próximos anos devido à necessidade de se ter um substituto para a carne. Isso porque, além de existirem pessoas interessadas em consumir menos proteína animal, a oferta do produto não conseguirá acompanhar o crescimento da população global

Produtos à base de canabis Aqui a referência é ao uso da maconha retinal, que tem propriedades terapêuticas, como redução da ansiedade. Esse mercado deverá crescer 25% nos próximos três anos, segundo a Builders Construtoria

 

Hábitos de consumo em transformação

Eles guiam o movimento das foodtechs no Brasil e no mundo. Os dados foram fornecidos pela Builders Construtoria/FoodTech Movement

350% alta no nº de veganos na última década só na Inglaterra, chegando a 1 em cada 8 pessoas. No Brasil, são cerca de 5 milhões

88% dos consumidores pagam mais por alimentos saudáveis

5 bilhões de dólares projeção de investimento global em substitutos da carne

27 minutos ao dia tempo gasto pelo consumidor americano na cozinha

42% das refeições são feitas sem companhia

 

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