Brasileiro reduz consumo de carne, mas não aceita pagar mais por alimentos à base de plantas

Reportagem SA+ -

Pesquisa com 2 mil pessoas observou perfil "flexitariano" em metade dos entrevistados

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Metade dos 2 mil entrevistados em pesquisa feita pelo Ibope afirmou estar reduzindo o consumo de proteínas de origem animal. O índice representa um grande salto em relação ao estudo anterior, de 2018, no qual apenas 29% se encaixavam nesse perfil conhecido como "flexitariano" – estilo de vida marcado pelo aumento no consumo de alimentos à base de plantas, mas ainda sem retirar a carne de todas as refeições.

O estudo foi realizado a pedido do The Good Food Institute Brazil  e constatou também que 47% das substituições privilegiam legumes, verduras e grãos. No entanto, barreira apontada para uma migração mais rápida continua sendo o preço. A pesquisa mostrou que 62% dos entrevistados gostariam de priorizar alimentos vegetais ao cozinhar em casa, no entanto somente 36,5% se revelam dispostos a pagar mais por esses produtos. Já para 39% dos consumidores ouvidos pelo Ibope, a escolha é pela opção mais barata entre as proteínas, sejam elas de origem animal ou vegetal.

Para o The Good Food Institute Brazil, o desenvolvimento da indústria de alimentos plant based ajudará a reduzir o valor dos produtos. “Existe uma dinâmica natural de mercado: o preço vai ficando mais competitivo à medida que a escala aumenta, o domínio das tecnologias é maior e conseguimos nacionalizar os ingredientes”, avaliou a entidade.

Vale lembrar que, além de parte da população adotar novos padrões de consumo por escolha própria, os consecutivos aumentos de preço das carnes forçaram muita gente a retirar a proteína animal do cardápio.  

Fonte: Valor Econômico