"Temos de ser antirracistas", afirma presidente do Carrefour Brasil

Reportagem SA+ -

No dia seguinte à morte de João Alberto em uma loja da rede em Porto Alegre (RS), Noël Prioux ligou para o pai do cliente e pediu perdão

Foto: Divulgação

Para Noël Prioux, presidente do Carrefour no Brasil, a forma como seguranças de uma loja em Porto Alegre (RS) abordaram o cliente João Alberto é inaceitável. Há três meses, o episódio que terminou com o espancamento até a morte do homem negro revoltou o Brasil. "Foi um choque muito grande. Não é o comportamento que estávamos esperando de um funcionário a serviço da empresa", declarou o executivo em entrevista à Revista Veja desta semana .

O CEO do Carrefour Brasil contou que decidiu telefonar para o pai de João Alberto no dia seguinte ao ocorrido. Pediu perdão e se emocionou ao ouvir, do outro lado da linha, a expectativa de que o triste acontecimento se transformasse em algo positivo para o futuro das famílias negras do Brasil. 

Pouco tempo após a conversa, o Carrefour contratou uma assistente social para apoiar a família e criou um comitê independente de inclusão e diversidade para a implantação de ações afirmativas na empresa. Pessoalmente, Noël Prioux se tornou um antirracista convicto. "Temos de ser antirracistas", resume o executivo. Sobre o episódio específico, Noël acredita que não ocorreu diretamente em razão da cor da pele, mas lembra que cabe à Justiça decidir se houve racismo.

Desde o ocorrido na véspera do Dia da Consciência Negra, a varejista resolveu aprender sobre racismo estrutural e entender melhor as atitudes que a população espara ver do Carrefour. "Depois de ajudar os familiares, decidimos romper o contrato com as empresas de segurança para internalizar esse serviço, aplicando novas regras para contratação. Queremos contratar mais mulheres e mais negros para melhorar a representatividade da população brasileira na nossa operação", declarou Noël Prioux na longa entrevista à Revista Veja .

 

Fonte: Revista Veja