Robô que atende clientes deve chegar ao Brasil em abril

Reportagem SA+ -

Pepper, como foi batizado, possui capacidade de comunicação e interação com as pessoas

Criado no Japão, em 2014, pela SoftBank , o robô Pepper tem previsão de chegada ao Brasil até meados de abril. Com cabeça articulada, olhos grandes e feições de criança, o humanóide reúne características que permitem sua utilização em setores como o de supermercados, além de outras modalidades de varejo e áreas como educação, saúde e hotelaria.

Pepper tem capacidade de identificar algumas emoções humanas e interagir com as pessoas. Conta com tecnologia de reconhecimento de voz, câmeras e sensores que o ajudam nesse trabalho. O robô é autônomo, sendo capaz de se locomover, por exemplo dentro de uma loja, com suas rodinhas. 

Ao se comunicar, Pepper modifica sua voz, alterna a cor dos olhos, movimenta os braços e mostra imagens em um tablet permanentemente acoplado ao seu peito. O download de alguns aplicativos específicos permite a Pepper desenvolver mais habilidades, mas o robô também evolui conforme interage com as pessoas, fazendo adaptações e memorizando traços de personalidade.

"Você está bravo?"

Pepper já está no mercado de trabalho japonês desde 2015 e, em 2016, chegou a diversos outros países. O robô já trabalhou em supermercado, porém não durou muito tempo no emprego no Margiotta Food & Wine , de Edimburgo, na Escócia. Por lá, onde ganhou o apelido de Fabio de seus colegas de trabalho, chegou a atender clientes, no entanto apresentou, durante os testes, algumas dificuldades para entender o que lhe era perguntado, possivelmente por interferência do som ambiente da loja. Também deu algumas respostas não tão específicas quanto o necessário. Um dia, para testar as habilidades do robô, o dona da loja perguntou sobre a localização das carnes. Como resposta, Pepper disse apenas: "no freezer".

Em um dos testes na loja escocesa, o robô recebeu a missão de oferecer degustação de carne de porco, no entanto poucos clientes paravam para interagir com Pepper. Quando um funcionário humano assumiu a tarefa, o interesse dos clientes aumentou bastante. Com isso, Franco Margiotta, proprietário do supermercado, concluiu que Pepper não ajudaria muito no estabelecimento e conversou diretamente com o robô para dispensá-lo. Como resposta, Pepper questionou: "Você está bravo?".

Em análise da revista norte-americana de tecnologia Wired , o robô apresentou, de fato, algumas limitações de compreensão e ação, no entanto foi considerado com capacidade de se comunicar superior a da Siri, assistente digital da Apple, e também da Alexia, da Amazon.

O empresário Artur Mainardi Jr., da Somai , que distribuirá com exclusividade o robô no mercado brasileiro, afirma que a bateria do Pepper também precisa ser melhorada, mas lembra que esses ajustes técnicos são bastante comuns no processo de evolução da tecnologia. "Quando falávamos em humanóides há cinco anos era uma coisa absurda, fora da realidade. Hoje, tenho demandas de prefeituras no Brasil querendo introduzir robôs na área de educação", exemplifica o empresário.   

Especializada na integração de novas tecnologias à educação, a Somai já recebeu cerca de 40 pedidos de orçamento, que ainda não podem ser respondidas porque o produto está em fase final de regularização para o mercado brasileiro. Mas, aos interessados, o custo do robô no Brasil é estimado em US$ 60 mil.

 

Fonte: StartSe