Preço alto faz brasileiro trocar marcas por opção mais barata

Reportagem SA+ -

Produtos nos supermercados têm aumentado acima dos atacarejos

Foto: istock

O aumento de preço dos produtos vem elevando o faturamento do varejo alimentar. Nos últimos 12 meses encerrados em setembro, a alta acumulada nos preços é de 14%. Com isso, o consumidor tem buscado marca de produtos mais baratas. As informações constam no "Estudo de trocas de marca como resultado do aumento de preços", da Scanntech,  plataforma especializada no levantamento de dados ágeis, robustos e granulares para fomentar o varejo e a indústria no Brasil.

Nas categorias analisadas no estudo, arroz, café e iogurte, que representam suas respectivas cestas, apesar de apresentarem variação positiva em valor, o crescimento é impulsionado pelo aumento de preços, o que revela a redução de consumo pelos brasileiros. Enquanto na movimentação da cesta de Perfumaria, tendo os Desodorantes como sua representação, o estudo aponta retração tanto em valor quanto em unidades.

De acordo com a executiva de atendimento ao varejo e análises de mercado da Scanntech, Andressa Oliveira, além da troca por marcas mais baratas para equilibrar o orçamento, o consumidor também está consumindo menos.

No acumulado do ano, o arroz apresenta o maior crescimento de 39%, no entanto, olhando mais no curto prazo, comparando setembro 2021 contra setembro 2020 o preço do arroz fica estagnado e o do café tem uma forte alta, de 43,9%. Já o Iogurte apresentou aumento de preço de dois dígitos, ligeiramente abaixo da média de 14% e Desodorante com aumento bem abaixo da inflação.

"Entre as quatro categorias analisadas, podemos observar que a tendência de trade down, que é uma tentativa das marcas atingirem a faixa mais popular do mercado, acompanha a variação de preços: durante os meses de maiores variações de preço é quando observamos maiores crescimentos das marcas mais baratas. No caso do arroz foi em setembro de 2020 e do café em setembro deste ano”, afirma a executiva, ressaltando que o destaque em trade down ficou na categoria de desodorantes onde as marcas mais baratas ganharam quatro pontos porcentuais de participação no acumulado do ano e ao mesmo tempo era a categoria onde o segmento premium tinha maior participação.

Supermercados x atacarejos

O estudo revela ainda que os preços nos supermercados têm aumentado acima dos atacarejos que, por sua vez, sofrem um menor impacto de queda de vendas também pelo menor repasse de preços.

No caso do arroz, o aumento de preço no supermercado foi de 40,8%, enquanto no atacarejo ficou em 31,7%. Já café (18% e 17,6%) desodorantes (1,7% e 0%) e iogurte (10,7% e 9%), os aumentos foram similares.

Apesar da perda de relevância em todas as categorias, Andressa explica que as "marcas com valores superiores continuam sendo mais relevantes nos supermercados quando comparado aos atacarejos, com exceção do café, onde as marcas mais caras representam 42% das vendas do canal".

De acordo com a executiva, o resultado do estudo confirma o cenário atual do País. "Diante do aumento da inflação e diversos outros fatores que evidenciam a mudança no comportamento do consumidor, observamos a redução no consumo de itens nas principais categorias do varejo alimentar, mas ainda assim, a conta continua mais cara no seu bolso", explica.

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