Entenda como os hortifrútis são estratégicos para fugir da comparação de preços

Tatiane Pamboukian -

Um setor de FLV diferenciado pode ser um importante mecanismo de atração e fidelização para o supermercado

A área de perecíveis, especialmente o hortifruti, é o que diferencia uma loja e a torna única, com características particulares que levam o consumidor até ela, diferentemente dos industrializados, que serão igualmente apresentados na concorrência. Assim, é um poderoso recurso para trazer recorrência, já que é um tipo de produto que não pode ser estocado


Um bom hortifruti vai fazer o cliente voltar várias vezes durante o mês e acabar consumindo itens de outras categorias, ou seja, atrai para a loja, estimula o consumo e fideliza. Se o seu hortifruti te diferencia da concorrência, o shopper vai fazer questão de voltar porque não encontrará igual em outro supermercado como um enlatado. 


Uma estratégia para impactar de primeira é ter uma excelente área FLV na entrada do estabelecimento, principalmente porque já é um setor de bela aparência em si, com vida e diversidade de cores, de acordo com Fabiano Polese, diretor da Expo Supermercados , que destaca que o principal, muitas vezes, não é o preço. "Reduzir margens em um ou outro produto para atrair à loja é uma boa estratégia, desde que não prejudique a margem total"

Muitas vezes, o consumidor não está indo na sua loja pelo preço, mas, principalmente, pela qualidade, atendimento, a boa exposição, os preços bem legíveis, estacionamento, praticidade, e depois disso ele vai ver preço. Hortifruti é um bom lugar para fazer um desconto especial com o objetivo de chamar a atenção e atrair à loja o consumidor, que acaba comprando outras coisas”, disse o especialista durante conversa no Papo de Varejo.  


Há, na verdade, diferentes públicos, e por isso, é importante ouvir e conhecer o seu. Para o cliente que busca preço, o varejista pode oferecer um produto com aparência mais prejudicada, porque foi batido, seja no trajeto ou durante manipulação, por um preço atrativo, desde que este tenha consciência do porquê está pagando menos e esta é uma escolha dele que não prejudica o sabor e nutrientes do alimento. E ainda evita desperdícios, sendo bom para ambos os elos da cadeia. 


Uma dica de Polese é já fazer essa seleção na prateleira, tirando produtos danificados, para a bancada ficar mais bonita com produtos de qualidade e evitar a manipulação do cliente procurando um item em melhor estado, o que vai acabar estragando ainda mais os alimentos. “Por um produto de qualidade, que chama atenção pela aparência e cor, muitos consumidores estão dispostos a pagar o preço que for. Fazer composições com sugestões de consumo, como abacaxi com hortelã, ajuda a vender. O hortifruti permite muito fazer isso, incentivando o consumo”, aconselha. 


Também é possível trazer praticidade à área, o que se torna mais um diferencial que pode levar o shopper para uma loja que oferece essa conveniência. “In natura processado é uma tendência, lógico que com todos os cuidados, porque o cliente quer a comodidade de ter o produto descascado, pronto para consumo”, ressalta Priscilla Veras, CEO da Muda Meu Mundo , que também participou do bate-papo. 


“É importante pensar nas oportunidades, é muito bom comprar esse produto processado do fornecedor, seria o melhor cenário,  mas também pode ser uma vantagem ter uma equipe na loja para realizar a tarefa, pois esta pode ainda usar o recurso para evitar desperdício e quebra. Um mamão que está com a ponta danificada, por exemplo, você tirar aquela parte e apresentar a fruta de outra forma, já descascada com a parte em bom estado e aparência”, observa. 


Confira na íntegra o programa " O avanço da concorrência nos hortifrutis ". 

 

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