Depois de digitalizar comércio, Ambev quer duplicar crédito ao pequeno varejista

Reportagem SA+ -

Do início da pandemia até o fim de 2021, a companhia dobrou a massa de crédito aos empresários e a expectativa é de que dobre mais uma vez neste ano

Foto: Divulgação

A Ambev não é mais somente uma empresa de bebidas. O grupo quer ser uma plataforma, que vai além da venda de cerveja ou refrigerante e passa por alimentos e até mesmo serviços como crédito e geração de energia renovável.  “Falar que somos uma companhia de bebidas já não nos representa mais inteiramente”, afirma o presidente da Ambev, Jean Jereissati.

A Ambev obteve sucesso com um modelo de forte expansão via aquisições e corte de custos. “Foi a companhia que conquistou o mundo”, observa o executivo. “Mas quando fizemos 20 anos [em 2019] repensamos como seriam os próximos 20, e ficou claro que o que trouxe a gente até aqui não seria o que nos levaria até lá”.

Para entrar na nova fase, a Ambev vai fazer alianças como as que já tem com BRF, M. Dias Branco, Pernod Ricard e Beam Suntory para vender a seus clientes diferentes produtos como salames, biscoitos e vodca.

O executivo ressalta ainda que a empresa avançou em tecnologia durante a pandemia do Covid-19. “O mundo foi para o varejo online, se digitalizou e estávamos preparados quando a pandemia aconteceu.” Antes da covid-19 apenas 15% dos cerca de 1 milhão de clientes da Ambev estavam digitalizados, hoje são 80%. “Antes [o canal digital] era uma opção, agora é nosso core. É lá que está tudo.”

De acordo com Jereissati, a plataforma que está no centro de sua estratégia engloba a oferta de crédito a clientes. Do início da pandemia até o fim de 2021, a companhia dobrou a massa de crédito a pequenos varejistas. E a expectativa é de que dobre mais uma vez neste ano. A fintech Bees Bank, antes chamada de Donus, tem 250 mil contas digitais.

Esse novo modelo de operação ajudou a Ambev a vender 180 milhões de hectolitros em 2021 - um recorde. A receita líquida cresceu 24,8%, para R$ 72,85 bilhões. De acordo com ele, o ano foi menos sobre um grande crescimento da indústria e mais sobre ganho de mercado. “A gente foi muito contracíclico na pandemia.”

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Fonte: Valor Econômico