Conheça três técnicas para melhorar o treinamento das equipes

Reportagem SA+ -

Modelo atual de aprendizagem exige adaptações por parte das empresas

 
Por décadas, o treinamento privilegiou processos em vez das pessoas. Especialistas indicam, no entanto, que o modelo de aprendizagem de horas após o expediente, com o objetivo de transmitir informações obrigatórias como, por exemplo, sobre legislação, não é mais atraente para a realidade atual.
 
Com um mercado de trabalho dinâmico, que requer novas habilidades, é hora de abrir a mente e trocar treinamentos padronizados por uma atividade organizacional customizada. Afinal, no ambiente de negócios do futuro, a tecnologia, apesar de fundamental, não vai resolver todos os problemas: é evidente a necessidade de valorizar competências comportamentais, a exemplo de pensamento crítico, criatividade e inteligência emocional.
 

 Para sua empresa transformar os métodos de treinamento/capacitação em processos mais envolventes e atrativos para os profissionais, três técnicas inovadoras podem ajudar: 
 

Trahentem

Trata-se de uma solução de aprendizagem coletiva com foco em inteligência emocional, interação, escuta ativa, flexibilidade cognitiva e desenvolvimento de competências alinhadas às demandas contemporâneas do ambiente de negócios. O Trahentem tem atraído até executivos estratégicos que, normalmente, nem sentariam para falar sobre treinamento.
 
Na prática, o Trahentem ajuda designers instrucionais na identificação clara das necessidades de aprendizagem e guia-os rumo à descoberta de caminhos mais ágeis e seguros que os levem à construção de treinamentos corporativos simples e assertivos. A metodologia pode ser adotada tanto presencialmente quanto virtualmente através do site  canvastrahentem.com .
 
Para garantir que o processo de aprendizagem esteja centrado nos participantes, e não no conteúdo em si ou na performance do instrutor, são utilizados três canvas distintos: DI-Empatia (identificação das necessidades), DI-Tarefas (definição de conteúdo e atividades) e DI-Ropes (alinhamento e aceleração da criação das soluções de aprendizagem).
 
Referência no tema, Flora Alves, uma das maiores especialistas em aprendizagem corporativa no Brasil e idealizadora do Trahentem, tem dois livros entre os mais vendidos no Brasil pela Amazon: Gamification e Design de Aprendizagem com uso de Canvas. 
 
Ela foi convidada, inclusive, a orientar todo o desenho do projeto no SESI/SC. Paralelamente a esse trabalho, houve a aproximação com o movimento Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC), que convidou 11 empresas para participar ativamente do reposicionamento das ações de educação do SESI/SC. Essas companhias estavam em busca justamente de ações que priorizassem o desenvolvimento das pessoas e a inovação.
 
Surgiu, assim, a iniciativa "Embarque Imediato", construída sobre os pilares de personalização, estratégias de aprendizagem, transferência de conhecimento e evidência dos resultados. O primeiro passo foi realizar um estudo de todos os negócios, em conjunto com as altas lideranças, para entender os cenários das companhias.
 
Em seguida, a ação estabeleceu a média-liderança como público-alvo e selecionou três líderes de cada organização para participar das etapas “Líder com visão de negócio” e “Líder como gestor de pessoas”. As trilhas de aprendizagem foram apresentadas em encontros mensais e visavam ampliar as habilidades de visão sistêmica, escuta ativa, feedback e relações interpessoais. Por fim, a alta liderança das empresas foi convidada a exercer os papéis de patrocinadores da ação, a fim de apoiar os participantes, validar as ações e aumentar o engajamento.
 

Spin Design

Outra técnica que merece destaque é o Spin Design. Em levantamentos recentes, a multinaciona norte-americana 3M identificou que os conteúdos visuais são 60 mil vezes mais rápidos de serem processados pelo cérebro humano. Já a Cisco Systems revelou que 70% do tráfego mundial em dados móveis, até 2020, será de vídeos. 
 
E é isso que faz a Spin. Atua com narrativa sequencial, com recursos audiovisuais que se apropriam de drama, ação ou comédia para despertar as emoções do público. É o chamado storytelling. Mas é possível ir além e enriquecer o storytelling com conceitos de visual thinking, uma vez que a maior parte das pessoas tem a tendência a absorver muito mais informações quando em contato com recursos visuais. É o chamado visual storytelling.
 
Ao trazer elementos visuais como vídeos, ilustrações, jogos e gráficos, o poder da narrativa é intensificado, pois a linguagem visual exige menos do cérebro humano do que os demais sentidos na hora de consumir novas informações. Portanto, o ato de estimular os gatilhos mentais dos colaboradores, por exemplo, é simplificado.
 
Renato Gangoni, CEO da Spin Design , desenvolveu cinco premissas para trabalhar o visual storytelling na empresa: 
 
1. Apresente pessoas: pessoas se identificam com pessoas, e não com empresas. Então, não conte a história do negócio, mas sim das pessoas que estão por trás dele
 
2. Revele o que você costuma esconder: ao trabalhar com linguagem visual, uma escolha assertiva é mostrar ao cliente o que a companhia tende a esconder diariamente. Ou seja, revele os bastidores através dos olhares dos funcionários para criar empatia
 
3. Tenha objetividade: excessos costumam não ser bem-vindos e a regra é válida para conteúdos visuais de storytelling. É necessário manter o foco para ter objetividade na mensagem a ser transmitida porque muitos detalhes resultam na perda de atenção do consumidor
 
4. Incentive a integração sensorial: uma boa comunicação via linguagem visual deve ter a atenção voltada para a visão em alinhamento com os demais sentidos. Portanto, dê prioridade para elementos visuais com diferentes texturas, brinque com as perspectivas da foto ao realçar detalhes micro e macro, e gere o interesse do público com um recorte de imagem encantador.  
 
5. Defina a melhor plataforma: na comunicação visual cada plataforma apresenta um melhor desempenho em determinada situação. Por exemplo, em casos onde muitas informações precisam ser transmitidas, a saída são os modelos mentais visuais (infográficos). Ao estruturar com clareza os dados, estes recursos facilitam a assimilação.
 

Programa Acelerador Empresarial

Como diretor-executivo, Marcus Marques contribuiu para o crescimento do IBC (Instituto Brasileiro de Coaching). Agora, o especialista em gestão e aceleração empresaria tem ajudado pequenos e médios empresários a obter bons resultados em suas áreas de atuação.
 
Ele lembra que, com o sucesso do IBC, muitos empreendedores e empresários ficaram curiosos e interessados em suas estratégias. “Resolvi documentar tudo, consolidar esse conteúdo em uma série de workshops e compartilhar esse conhecimento para ajudar outros negócios a alcançarem resultados consistentes também”, conta Marcus Marques.
 
Foi assim que nasceu o Programa Acelerador Empresarial , que já ajudou donos de empresas de todos os segmentos, incluindo o varejo. O Programa, que envolve um conjunto de habilidades e ferramentas, segue as premissas: Processos (Gestão) + Pessoas (Liderança) = Resultados (Cultura). Para Marcus Marques, quando uma empresa define suas diretrizes empresariais, seu propósito e valores, e os comunica com qualidade, permite que todos os seus funcionários compartilhem de algo maior do que suas atividades cotidianas.
 
O Programa tem gerado ótimos resultados: um salão de beleza, por exemplo, aumentou suas vendas em 60%; enquanto uma empresa de contabilidade elevou em 30% sua base de clientes. "Todos esses resultados foram conquistados em menos de 12 meses após participação no Programa Acelerador Empresarial", conta ele.