Confira como foi o 4º Fórum Catarinense de Integração Varejo & Indústria

Evento reuniu aproximadamente 120 varejistas na capital do Estado

Sergio Alvim, CEO da SA+ Ecossistema de Varejo, conduziu
o evento e mediou as palestras - Foto: Julio Trindade

Cerca de 120 varejistas estiveram presentes ao 4º Fórum Catarinense de Integração Varejo & Indústria, realizado em 23 de abril, na cidade de Florianópolis, em parceria com a Acats (Associação Catarinense de Supermercados). Eles assistiram às palestras de alguns dos seus principais fornecedores, além da consultoria KPMG e da empresa de inteligência Scanntech. 

Confira a seguir os principais pontos abordados nas palestras do evento: 

Flora
A empresa tem visto a consolidação da força de suas marcas, fruto de diversos investimentos que estão sendo realizados. Entre as estratégias para isso, estão as inovações que chegam frequentemente às gôndolas dos supermercados. A mais recente, apresentada ao varejo em primeira mão no IV Fórum Catarinense de Integração Varejo e Indústria é a nova linha de hidratação de Francis. A companhia também falou sobre o desempenho das marcas no Sul. Alguns exemplos são o Mat Inset, que conta com 18% de market share na região, e o sabão em pó Assim, que cresceu 26%. Além disso, dados da Scanntech mostram que o cartucho de 800 g é o segundo item de maior giro na categoria nas lojas onde está presente. 

TecBan
A companhia vem se adaptando às mudanças do mercado financeiro, como o surgimento do Pix, que já é o terceiro meio de pagamento mais utilizado. A TecBan conta com soluções para o setor, que permitem redução de custos com eficiência, aumento de vendas e produtividade, segurança e confiabilidade, além de excelência na experiência do cliente. Nesse último quesito, por exemplo, a empresa tem em seu portfólio self check in e self chekout, que agilizam o pagamento e tornam mais fluida a ida do cliente à loja. 

BR Spices
Há nove anos desenvolvendo a categoria e incentivando o movimento pela elevação do sabor, a fabricante de temperos está presente em uma série de redes de Santa Catarina, como Giassi, Koch, Combo, Angeloni, MundialMix e SuperA Atacadista. Em novembro do ano passado, a empresa lançou o primeiro produto da categoria da Heinz, que adquiriu a BR Spices: o tempero para batata. Logo no primeiro mês de chegada ao mercado, a novidade se transformou no número 1 de vendas no site da empresa. Agora, a BR Spices está colocando à disposição dos varejistas o tempero para hambúrguer. Como líder no segmento premium, a fabricante chega a 2024 com uma série de lançamentos para completar o sortimento do varejo, como Sal Marinho Integral, Sal de Parrilha para Churrasco com Vinagrete, Alho Frito, Pimenta Branca, Canela em Rama, Fava de Baunilha, entre outros.

LedWave
Telas “out of home” é a grande novidade daqui para a frente, afirma a LedWave, especialista em soluções com tecnologia em LED. Segundo a empresa, há alguns movimentos em curso que vão impactar o varejo: digitalização da arquitetura, novo canal de publicidade (mídia no varejo), Inteligência Artificial para personalização e conteúdo e monetização. Entre eles, um ponto de grande mudança é o da Inteligência Artificial, que vai revolucionar a forma como as telas interagem com o shopper. Desde a Globo até aeroportos, as soluções da LedWave estão espalhadas pelo mercado. 

RelevanC
Varejo é uma mina de ouro para marcas pelos dados de que dispõem. Para se ter uma ideia, R$ 1 bilhão serão investidos nos dados do setor em 2025. Há dois tipos de informações que atraem as empresas. Um deles é o dado de navegação, aquele que vem de quando o cliente digita a palavra-chave na busca do e-commerce do varejista. O outro é referente àquele sobre o consumidor compra, a qual preço e se foi na loja física ou no digital. O retail media digital tem despontado porque proporciona dois principais benefícios para as marcas: conectar-se diretamente com o público-alvo, que realmente compra aquele produto, e a possibilidade de mensuração dos resultados. A RelevanC, que opera o retail media do GPA, ajudou a Hellmann’s a superar a meta de 11% na participação de clientes exclusivos da marca em uma ação na bandeira Pão de Açúcar.

Haribo
A empresa chegou ao Brasil em 2016. Todas as suas linhas são produzidas aqui, chegando inclusive a exportar para os EUA. Segundo a Haribo, a categoria de guloseimas está passando por uma grande transformação. Nos últimos anos, o segmento de balas de gelatina cresceu mais de 70%, enquanto o de dropes/pastilhas/caramelos subiu 24% e o de confeitos, 43%. Com base nesses dados, diz a empresa, fica clara a importância de abrir mais espaço para as balas de gelatina nas gôndolas. Organizar os produtos conforme a árvore de decisão também é fundamental. Pesquisa recente da Haribo sobre os critérios de escolha apontam a seguinte ordem: tipo, sabor, preço, qualidade e promoção. Atualmente, o varejo alimentar responde por 43% das vendas de guloseimas.

Natural One
Há 11 anos no mercado, a empresa está presente em mais de 80.000 pontos de venda. É a única fabricante da categoria que atua tanto com sucos refrigerados quanto sem refrigeração. Seus produtos contam com duração de até 8 meses e todos são 100% natural. A Natural One vem desenvolvendo um trabalho conjunto com as catarinenses Angeloni, Koch e Bistek. Na primeira varejista, a partir da aplicação do gerenciamento por categorias, os sucos cresceram mais de 70%, e a Natural One, 30% no ano passado. No Bistek, a alta geral da categoria ficou em 18%, com a fabricante dobrando de tamanho. Já o Koch elevou em 90% o segmento de sucos 100%. A Natural One cresceu 260% na varejista. 

La Violetera
A empresa vem priorizando inovações ao longo de sua história como uma alavanca de crescimento. Nos últimos tempos, uma das novidades foi o Pepino fatiado, que nasceu de uma necessidade do próprio varejista. Essa linha avança rapidamente em vendas e vem ajudando o setor a aumentar o faturamento devido ao giro rápido. Estudos da Scanntech indicam que as lojas onde os produtos da empresa estão presentes com os itens corretos performam acima da média. A La Violetera tem cerca de 200 SKUs no portfólio e muitas redes trabalham com 100, o que é considerado um número bastante positivo pela indústria. 

Banco Senff
A nova operação é a mais recente novidade da companhia neste ano. O Banco Senff fez uma simulação na qual os gastos com seguro empresarial de uma frota com 84 carros caíram de quase R$ 295 mil para pouco mais de R$ 151 mil, o que representa uma economia anual superior a R$ 143 mil. O Banco Senff oferece uma série de produtos aos varejistas, sendo que a sua operação de cartão de crédito próprio se mantém como o principal negócio. 

Wyda
A empresa é líder em embalagens descartáveis e recentemente fez sua primeira aquisição, a da marca Bom Lixo. O investimento demonstra a confiança no potencial do bazar nos supermercados, seção capaz de aumentar a margem. A Wyda vem realizando projetos de gerenciamento por categorias, com o objetivo de organizar os produtos de acordo com os critérios de escolha do shopper. Também com o intuito de desenvolver a categoria, a companhia vem colocando inovações de valor agregado no mercado, como o Assalight, produto importado e de distribuição exclusiva, que permite, por exemplo, preparar carnes na frigideira sem óleo. A empresa cresce 30% no Brasil e 60% no Sul do País. 

Softys
Fabricante do segmento de tissue, a companhia aumentou de tamanho cinco vezes com aquisições e de forma orgânica. No Estado de Santa Catarina, o crescimento foi de 13%. Uma das principais categorias da empresa é a de fraldas, que, apesar de os lares terem menos bebês atualmente, cresceu 3,2 pontos percentuais no último ano. Isso acontece porque as crianças estão deixando de usar fraldas mais tarde. Outra característica desse mercado é a “premiumnização”. Com menos filhos, os pais querem comprar os melhores produtos para seus filhos, o que contribuiu para um avanço em valor da categoria de fraldas em 2023. Segundo a empresa, as famílias também estão preferindo embalagens com maior quantidade de unidades. A Softys atua ainda na categoria de papel higiênico, na qual é líder com 20% de market share, conforme dados da NielsenIQ de 2023. 

Romanha
Com 15% de market share, segundo a Scanntech, a fabricante de massas possui mais de 12.000 clientes diretos e indiretos. Ciente de que atua em um mercado pulverizado, a empresa tem implementado projetos de gerenciamento por categorias. Uma das redes com a qual vem trabalhando é a catarinense Cooper, cujas vendas cresceram 26% em 12 meses. Segundo a empresa, o resultado foi impulsionado por uma maior intensidade promocional, incluindo ações de sell out. Fizeram parte do trabalho conjunto divulgações da marca em encartes e presença em iniciativas realizadas nos finais de semana, além de ativações de pontos extras. 

Ambev
Segundo a indústria de bebidas, o segmento de cerveja premium/craft cresceu 34% nos últimos três anos. Desse total, 81% vêm do portfólio da Ambev e, dentro disso, 37% são provenientes de duas marcas. Para manter os níveis de crescimento de suas linhas, a indústria traçou uma estratégia para 2024 com três pilares: liderar e crescer a categoria, otimizar os negócios e digitalizar o seu ecossistema. Isso inclui seguir as tendências do consumidor, com inovações que atendem as novas necessidades dele. Em termos de digitalização, a companhia já tem 85% dos varejistas dentro da plataforma de negócios BEES. No ano passado, o número de adesão cresceu muito. Para este ano, o foco será a personalização. 

KPMG
Cuidar do caixa é algo extremamente importante num cenário que ainda não está tão claro se continuará evoluindo positivamente. É nisso o que acredita a KPMG, para quem os varejistas ainda têm alguns desafios, como o crescimento em mesmas lojas. Nesse sentido, a recomendação na hora de tomar decisões é fazer três perguntas: 
1 - Isso vai aumentar vendas?
2 - Vai fazer a margem crescer?
3 - Vai reduzir custo? 
Outro ponto importante é usar ferramentas que podem ajudar a ser mais assertivo nas ações, como o CRM. A consultoria também abordou a importância do chamado comércio unificado, que significa fazer o cliente comprar a qualquer momento e em qualquer canal da própria varejista, de maneira fluida. 

Scanntech
A região Sul cresceu 7% no acumulado deste ano em relação ao ano passado, depois de ter avançado 6,6% em 2023, apontam dados da empresa. Santa Catarina avançou ainda mais: 7,9% e 7,3%, respectivamente. Dentro do Estado, os destaques foram a região Serrana, que teve alta de 10,7%, e a Metropolitana, com 10%. Houve bons crescimentos também na região Oeste de Santa Catarina (8,1%), Vale do Itajaí (7,8%) e Norte de SC (7,7%). Para a Scanntech, há boas oportunidades para o varejo nos próximos meses com a chegada do inverno, cuja cesta de produtos cresceu 8,3% no ano passado em relação à média dos demais meses de 2023.