Whole Foods: falhas na primeira grande promoção sob gestão da Amazon

Redação SA Varejo - redacao@savarejo.com.br -

Foram muitos os problemas encontrados em uma loja de Nova Iorque durante o Prime Day, relata jornalista norte-americano que visitou a unidade para avaliar a ação

Criado em 2015 pela Amazon , o Prime Day já é uma data tradicional nos Estados Unidos para encontrar grandes descontos - emboras eles só sejam válidos para os membros do clube de benefícios Amazon Prime. Já com um público cativo de clientes no comércio eletrônico, a companhia teve, na edição deste ano, ocorrida entre 16 e 17 de julho, um desafio especial: integrar ao evento o Whole Foods , cadeia de supermercados adquirida em agosto do ano passado, e que agora participou pela primeira vez da campanha de promoções.

Para conferir como a rede de varejo físico seria integrada à ação comercial de uma empresa que construiu todo seu sucesso na internet, o repórter do Business Insider , Gregory Magana, visitou uma unidade do Whole Foods em Nova Iorque pouco antes da ação começar, para checar como a loja havia sido preparada para o momento especial. Ele contou o que viu de bom e de ruim no ambiente encontrado.

O principal ponto positivo, diz o jornalista, foi encontrar uma variedade de promoções de diferentes tipos espalhadas por toda a loja. “Vimos muitos itens de todas as categorias marcados com indicadores amarelos e azuis com o logo da Amazon Prime”, conta. “A grande quantidade de produtos sinalizados mostra que a Amazon está trabalhando duro para mostrar o valor de ser um membro do Amazon Prime para os clientes do Whole Foods”, afirma Magana.

Outra qualidade encontrada foi a integração entre as duas fortíssimas marcas. Sinais de desconto exibiam as duas logomarcas juntas, as cores foram combinadas e toda comunicação visual teve o objetivo de conectar as duas redes na mente do consumidor. “Essa sinalização marcante deixa claro para os clientes do Whole Foods que o supermercado e o serviço de assinaturas são um pacote só”, aponta.


Falhas encontradas

Apesar disso, o jornalista apontou defeitos que podem ser considerados graves na gestão de uma loja física. Os funcionários, por exemplo, não sabiam dar informações e detalhes sobre promoções, e o próprio espaço com materiais impressos sobre o Prime Day, com o intuito de sanar eventuais dúvidas, não tinha alguém da loja para orientar os clientes. “Tivemos muita dificuldade para entender que benefícios teríamos por visitar o Whole Foods no Prime Day, em comparação com qualquer outro dia”, escreve Magana.

Além disso, um dos benefícios mais procurados pelos consumidores - um desconto de US$ 10 na Amazon obtido por cada compra acima de US$ 10 no Whole Foods - também teve falhas importantes. Segundo o relato do jornalista, ao passar a compra no caixa, ele foi informado de que teria que baixar um código no aplicativo da Amazon para validar o desconto. “O processo para encontrar esse código no aplicativo era confuso, então tentamos usar um número de telefone cadastrado na conta para recebê-lo, mas isso também não funcionou”. Resultado: o jornalista (e provavelmente outros clientes com problemas semelhantes) saíram da loja sem o benefício prometido.

Os problemas podem ser considerados naturais, uma vez que a aquisição do Whole Foods pela Amazon ainda não completou um ano, e a integração entre as empresas segue em curso. Mas, enquanto o trabalho de unir e ligar as marcas  parece no caminho certo, problemas de comunicação podem impedir o negócio de alcançar todo o potencial que possui, segundo Gregory Magana.

“Se essas complicações se repetirem, os esforços da Amazon para usar o Whole Foods como um atrativo para o Prime Day pode encontrar dificuldades”, avisa.

Vale lembrar que a Amazon enfrentou outras dificuldade durante a edição deste ano do Prime Day. Nas primeiras horas da ação, o site principal da empresa não aguentou o número de acessos maior que o habitual e passou um bom tempo fora do ar. Felizmente para a Amazon, o problema foi sanado e o Prime Day 2018 bateu o recorde de vendas em relação às edições anteriores, chegando a mais de 100 milhões de itens vendidos.