Setor varejista precisa de planos realistas, traçados em conjunto com a indústria

Reportagem SA+ -

A SA Varejo está discutindo desde o início do ano a necessidade de uma nova visão sobre o reencontro entre as duas partes, tendo em vista as perspectivas para 2022

Executivos das redes Bahamas, CSD, Eden Supermarket, Super Nosso e Viezzer avaliam as perspectivas para o avanço do setor de supermercados. Em comum a certeza de que suporte dos fornecedores e busca conjunta de soluções é o caminho para estreitar o relacionamento com a indústria, mantendo o foco em crescimento sustentável.


Foto: Divulgação

“Temos necessidade de seguir crescendo de forma sustentável. O caminho para isso passa por conter o máximo possível o impacto de aumento de preços para os consumidores e reduzir rupturas, perdas e despesas, evitando gastos que não sejam essenciais. Também é importante fazer revisão de sortimento para ser mais assertivo em relação ao que oferecemos na gôndola. Nesse contexto, sem dúvida, a indústria poderá contribuir em várias frentes. A sinergia e a proximidade com o varejista serão importantes para conseguir personalizar planos de acordo com a regionalidade de cada um e fazer melhores alinhamentos e negócios. Com um maior planejamento melhoramos nossas compras e com maior previsibilidade a indústria consegue atuar melhor em cima de sua disponibilidade. Com isso, juntos podemos evitar rupturas e perdas de vendas. O desenvolvimento de planos estruturados, executáveis e que possam gerar resultados rápidos com percepção de valor para os consumidores serão fundamentais para este ano”
Rodrigo Zata - Diretor comercial e de marketing do Grupo Bahamas (MG)


Foto: Arquivo SA Varejo - Divulgação

“Vejo a questão do abastecimento como o principal ponto de preocupação para o varejo em 2022, devido à cadeia de suprimentos estar toda hora prestes a uma ruptura. Com a falta de matéria-prima e a pressão dos custos aumentando, esse vai ser o pontochave para o sucesso das empresas. Precisamos juntos encontrar uma solução para os aumentos de preço visando o fato de que o consumidor está passando por uma situação econômica muito difícil. O futuro das negociações é que cada lado se importe com o resultado do outro. Tem que existir um comprometimento para que todos os envolvidos atinjam suas metas. A confiança entre varejo e indústria e a relação aberta é que vão trazer os resultados que todos precisam”
Marcos Pozzi - Diretor comercial da CSD – Companhia Sulamericana de Distribuição (PR)


Foto: Arquivo SA Varejo - André Personal

“Este ano será de manter o básico bem feito. Ou seja, os três pilares do varejo precisam ser garantidos: sortimento ideal, precificação adequada e abastecimento. Temos falado muito sobre isso com as indústrias e elas têm conhecimento desse momento de consumo, em que há uma migração para produtos mais baratos, embalagens menores e exclusão dos supérfluos da lista de compras. Todo o mercado quer garantir a continuidade dos negócios e temos estreitado cada vez mais a relação com a indústria. Outra frente importante é o e-commerce. O Supernosso já tem 8% de sua receita proveniente do digital, uma das maiores fatias do país, pois começamos a investir em 2013. É importante que a indústria amadureça cada vez mais, criando calendário próprio para esse meio e focando mais e mais em fotos e conteúdos”
Rodolfo Kayser Nejm - Vice-presidente do Grupo Supernosso (MG)

Foto: Divulgação - Roberto Furtado Fotografia

“Um dos pontos que mais preocupam é a ruptura de alguns produtos. A pandemia limitou muito a oferta de matériasprimas e temos tido dificuldade de receber produtos. Um outro aspecto ao qual estaremos atentos é com relação à expansão dos atacarejos. Particularmente na Baixada Fluminense, três grandes redes se instalaram muito próximas às nossas lojas, e vejo a canibalização dos consumidores. Portanto, acho que teremos um ano com as margens apertadas, por isso precisaremos nos aparelhar para garantir a continuidade dos negócios”
Manuel Ferreira Barreiro - Sócio-administrador da rede Eden Supermarket (RJ)


Foto: Divulgação - Arquivo Pessoal

“Aumentar as vendas e a lucratividade em um ano de tantas incertezas como promete ser 2022 é o desafio do varejo. A indústria, então, terá um papel fundamental para nos ajudar, e esperamos que ela traga boas oportunidades. Especificamente a rede Viezzer quer trabalhar com os fornecedores para reduzir a ruptura, aumentar o sortimento de produtos e ter o máximo possível de promoções para os nossos clientes. A confiança é a base de nossa relação com a indústria e empatia é fundamental nessa relação. Quando o varejo busca entender os fornecedores e eles entendem o varejo, a negociação fica mais ágil e assertiva para todos”
Mário Viezzer - Diretor da Rede Viezzer (RS)

 

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