Não atender a demanda por alternativos ao leite animal pode trazer prejuízos

Tatiane Pamboukian - tatiane.pamboukian@savarejo.com.br -

Executivos falam sobre o potencial do mercado de lácteos vegetais e apresentam dados de crescimento de três dígitos

Vida Veg: Não atender a demanda pode sair caro

Álvaro Gazolla, sócio-diretor da Vida Veg , que vende bebidas vegetais à base de coco a preços mais acessíveis, diz que em mercados mais maduros o custo já é próximo do de derivados de leite animal devido à escada. “A rede americana Trader Joe’s está lançando produtos vegetais em suas marcas próprias, incentivada pelo alto volume”, destaca.

O empresário acredita que, de um a três anos, esses produtos também terão volume no Brasil. Por conta disso, os varejistas que não considerarem essa tendência, já consolidada lá fora, poderão correr o risco de perder fluxo de consumidores nas lojas. “Muitas vezes, o gestor do varejo acredita que não obtém resultado imediato porque a venda é pequena. Mas não percebe que muitos clientes mudam de loja por não encontrarem determinado item”, alerta.

“O varejista brasileiro não pode fechar os olhos para essa tendência e correr o risco de perder cliente. A nova geração é mais consciente e acaba mudando os hábitos de consumo e o local de compra da família inteira”
Álvaro Gazolla Sócio-diretor da Vida Veg

154% crescimento da empresa de 2020 para 2021

81% do faturamento de 2021 já foi atingido de janeiro a maio deste ano

 

Case: Supermercado Rex
Pioneirismo em leite vegetal no low price

A rede Rex, com três unidades em Lavras (MG), tornou-se referência na cidade de 100 mil habitantes por ser o único supermercado a oferecer itens veganos. “A varejista vendeu uma grande quantidade de produtos e atraiu um público diferente”, avalia Álvaro Gazolla, sócio-diretor da Vida Veg. A empresa também saiu na frente, associando na mente do consumidor a compra desses produtos às suas lojas, mesmo quando concorrentes passaram a vender esses itens. Para facilitar a compra, o Rex reúne os produtos à base de vegetais em uma geladeira específica para eles. “O plant-based está tanto nos supermercados A e B como no low price. O consumidor tem comprado a categoria independentemente do poder aquisitivo, uma demonstração de que não é só um modismo”, ressalta.

 

Yamo: Visibilidade na gôndola para vender mais

A Yamo foi além do plant-based, buscando um substituto ao leite animal que oferecesse a funcionalidade de um alimento altamente nutritivo: o inhame. Além das tradicionais bebidas vegetais, comercializa sorvetes e picolés em diversos sabores. Fabio Neto, fundador da empresa, diz que é importante a escolha de fornecedores de qualidade, feita por um time de especialistas que façam a curadoria sem olhar somente para a margem, mas que garantam a credibilidade de uma loja que queira se tornar referência no segmento.

O empresário ressalta que o mercado ainda está em um processo de maturação, mas que o consumo vem se disseminando, e o varejista tem papel fundamental nesse processo. “É importante aumentar o espaço na gôndola. Por não ter a visibilidade adequada, a categoria acaba criando a falsa ideia de que não vende. Começamos a entrar em redes regionais como Shibata e Bergamini, e a resposta tem sido muito boa. Estamos vendendo até em atacarejos, que nunca imaginamos ser um mercado de atuação”, comenta Neto, que sugere a exposição dos sorvetes e leites ao lado das respectivas versões regulares

380% crescimento da Yamo nos últimos 12 meses


Fotos: Divulgação

“É importante o varejista não olhar para o plant-based como um nicho. Na Europa, há 30 marcas de leite vegetal. Aqui ainda existe um espaço de amadurecimento e maturação, mas temos visto só avanço. Nos próximos anos, o Brasil vai atingir 59% de pessoas que têm algum tipo de intolerância ou alergia à proteína do leite”
Fabio Neto - Fundador da Yamo

 

Matéria publicada originalmente na revista SA Varejo de julho/2022

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