Como chegar ao melhor sortimento de tissue

Sheila Hissa -

Segmento tem produtos para todos os bolsos e necessidades, mas fabricantes focam suas apostas em itens de maior valor agregado

 

Prateleiras com versões que navegam desde os produtos mais baratos até itens de maior valor agregado têm sido a estratégia de muitos varejistas para adequar o sortimento da categoria de tissue às diferentes necessidades do cliente. A estratégia de mix, cuja ideia é garantir volume e margem, muda inclusive conforme o canal, assim como o desempenho dos diferentes segmentos.

Em Campos dos Goytacazes (RJ), o Grupo Barcelos , que atende um público diversificado, viu a categoria se comportar nos extremos em 2020: enquanto no atacarejo cresceu 7,9%, nas lojas de varejo caiu 8,1%. O destaque no cash ficou com papel-toalha (alta de 38,5%) e lenço de papel (alta de 496,5%). Já guardanapo caiu nos dois formatos. “Neste ano, a empresa está apostando um pouco mais em produtos de alto valor agregado, como papel higiênico com folha tripla e papel ecológico, para obter melhores resultados”, conta Mauricio Cerrutti, presidente da empresa, que atua com bandeiras como Superbom, Green Market e Barcelos Atacadista.

Na rede Mercadinhos São Luiz (CE), que atende principalmente público com maior renda, cresceram mais o guardanapo (10%) e o papel-toalha (7%) também no período 2020 x 2019. E a empresa mantém o cuidado em calibrar o sortimento. “Estamos trabalhando com tamanhos econômicos, como a toalha de papel mega, que gera rentabilidade para a empresa e preço competitivo para o cliente”, explica Luiz Fernando Ramalho, diretor comercial da rede.

CONSUMO PER CAPITA BAIXO NO BRASIL
Em quilos ao ano

6,65 Brasil

12,43 Uruguai

16,25 Europa Ocidental

26,92 EUA

Fonte: Suzano

ENTENDA POR QUE OS PREÇOS SUBIRAM TANTO

A celulose de fibra curta, matéria-prima usada na produção de papel higiênico, é uma commodity cujos preços são cotados globalmente. Segundo fabricantes, a celulose apresentou alta na Europa de 45% (de US$ 750 por tonelada para US$ 1.090 por tonelada), entre dezembro de 2020 e maio deste ano. Esses valores são usados como referência para os valores praticados no Brasil.

Além da alta da celulose, os custos das indústrias também têm sido impactados pela elevação de preços dos combustíveis para veículos – alta de 35,0% no período de 12 meses. Outro aspecto é que insumos utilizados pela cadeia da produção, como as embalagens plásticas e as aparas, também apresentam forte elevação neste ano. Os produtos de material plástico, por exemplo, acumulam aumento de 37,3% no período de abril de 2020 a março de 2021.